Lucínio: “Não posso aceitar que tentem me chutar como um qualquer”
O médico ortopedista Lucínio Leônidas Grebos procurou a redação de O Popular do Paraná na manhã desta segunda-feira, dia 15, para esclarecer uma reportagem veiculada na semana passada por uma emissora da Capital. A matéria insinuava que ele estaria concedendo atestados indevidos a pacientes que procuravam seu consultório e pagavam pela consulta.
De acordo com o médico, que foi vereador na legislatura passada, ele foi surpreendido pela matéria, que fabricou um paciente na tentativa única e exclusiva de denegri-lo. "Nasci em Araucária e sou médico há mais de 26 anos. Não sou um qualquer para ser chutado. Não posso aceitar que tentem escrachar com a minha vida", defendeu-se. Lucínio também afirmou que não responde a nenhum procedimento investigatório no Conselho Regional de Medicina (CRM) sobre sua conduta médica.
O ortopedista relatou que o paciente mostrado na reportagem veiculada pela emissora da Capital o procurou alegando que fora jogador de futebol e que estava com muita dor. "A matéria foi editada e não mostrou que eu o examinei, deitei-o na maca e constatei um edema na perna. Como ele queixava-se de muita dor, receitei medicamentos e prescrevi repouso de alguns dias", explicou. A consulta – segundo Lucínio – foi numa sexta-feira e o atestado foi dado para aquele dia, além de segunda e terça-feira. "Como era final de semana, pedi para que ele repousasse até terça, retornando ao trabalho na quarta-feira", acrescentou.
Excessos
Sobre o número de atestados prescritos por Lucínio, ele afirmou que a quantidade está dentro da normalidade. "Eu sou o único ortopedista de Araucária que atende oito horas por dia. Começo a clinicar às 8h e sigo até as 17h. Atendo os mais diversos tipos de situação. E sempre que julgo necessário, prescrevo o repouso", afirmou. Sobre os boatos que circularam pela cidade de que empresários estariam reclamando que ele emite muitos atestados, Lucínio foi categórico: "Eu sou profissional, examino o paciente e, dentro do que sei de medicina, prescrevo o repouso. Os empresários que reclamam não são competentes para dizer se o seu funcionário está apto ou não a retornar ao trabalho", enfatizou. Ele ainda fez questão de mencionar que várias empresas lhe encaminham funcionários para perícias de retorno ao emprego.
O médico destacou também que o número de atestados emitidos por ele está diretamente ligado ao tipo de paciente que atende. "Atendo milhares de pessoas por ano, muitas das quais trabalhadoras da área industrial, que vêm de fora do Estado. Essas pessoas me procuram com alto grau de estresse, depressão, fadiga, dores musculares, lesões, ansiedade, doenças pré-existentes, doenças de alta complexidade, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras. Elas são expostas a trabalho perigoso, como altura, barulho, pressão, trabalho pesado, calor, tensão, sendo que tudo isso afeta a saúde física e mental do trabalhador. E eu atendo a estas pessoas com respeito e dignidade", finalizou.