A Casa da Cultura está com a exposição de fotos do artista plástico Martin Markowicz. A mostra “Os espetáculos da natureza” é composta por imagens digitais autorais sobre o dia a dia do artista, e permanece exposta até 22 de junho. A curadoria, feita por Cinthia Filetti, selecionou 37 imagens de um total de 5.000. “Trabalho com Martin faz uns 18 anos e desde que o conheci ele já pinta, ano passado comprou uma câmera boa e ficou ‘louco’, saiu fotografando tudo, e o resultado está exposto aqui”, explicou Cinthia.
As imagens da mostra fazem parte do arquivo pessoal de Martin, que revela que aproveita as fotos para transformá-las em arte nas telas. O intuito é proporcionar ao público um novo olhar sobre aquilo que se vê diariamente. Conforme explicou a curadora, as fotos são tiradas em macrofotografia e contam um pouco do cotidiano do artista, que mora em uma fazenda no Campo Redondo. “Tem uma sequência de fotos de granizo que é belíssima, você olha as pedras e acha que são gigantes, depois vê que são mínimas e muitas”, revela sobre a sensibilidade de Martin.
Sua história
Martin não é qualquer artista, não é qualquer pessoa, é daquelas especiais que teve a sabedoria de fazer do que muitos chamariam de limitação sua sensível percepção de mundo. Aos três meses de idade, como conta sua mãe D. Lídia Markowicz, por conta de uma ameaça de meningite, ele perdeu boa parte de sua audição: “Em um ouvido ele só ouve 40%, no outro só 60%, mas, mesmo, assim, o que ele ouve ainda é com limitações”, explica.
Hoje com 43 anos, Martin trabalha com o que mais gosta: pintura, além dos trabalhos na Casa da Cultura. Conforme contou sua mãe, a paixão pelas artes começou bem cedo. “Começou quando ele tinha uns cinco anos, ia pra escola. Tinha que fazer leitura labial, mas como ele não conseguia entender eu comecei a fazer desenhos”, contou a mãe. Daí para frente, ele foi aguçando mais seus sentidos, sua visão se tornou cada vez mais sensível e os detalhes se tornaram as grandes atrações.
Martin faz pinturas a óleo em tela, sua especialidade são as paisagens, mas o talento não para por aí. “Qualquer foto que você der pra ele, ele vai conseguir reproduzir”, explica D. Lídia. Para ela, a arte foi fundamental no desenvolvimento e percepções de Martin: “A pintura foi tudo na vida dele, é uma forma de expressão. Ele até voltou a estudar por conta disso”, conta satisfeita.
Serviço
Onde? Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – Praça Dr. Vicente Machado, 258 – Centro.
Quando? Até 22 de junho – segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h30.
Entrada franca
Contato: 3905-6065.
O que é Macrofotografia?
A tecnologia das câmeras fotográficas cresce em ritmo acelerado. São inúmeros efeitos e capacidades para acrescentar as opções dos amantes da possibilidade de guardar um momento eternamente. Uma função bastante utilizada, inclusive por Martin para sua exposição, é a capacidade de fazer macrofotografia, que traz em suas imagens detalhes minúsculos do mundo que nos cerca. Usada principalmente na fotografia de natureza, a macro também descobre o espaço urbano e os produtos industrializados de uma forma inusitada. A macrofotografia também é muito utilizada nas ciências naturais, por revelar estruturas de seres minúsculos com, muita clareza. Literalmente, a fotografia macro é a fotografia onde o objeto fotografado e a projeção deste no filme (ou sensor digital) têm o mesmo tamanho. Para isso existem inúmeras técnicas que auxiliam na qualidade da imagem, como a iluminação.