Paixão pelo desenho vem desde pequeno. Hoje em dia, Valdinei dedica um pouco de seu tempo a coleção que é seu xodó
Não se sabe muito bem quando foi que o hábito de guardar objetos de uma mesma linha surgiu, mas se sabe que há muitos colecionadores por aí e que as paixões variam entre os mais diversos apetrechos. No caso do Guarda Municipal de Araucária Valdinei Hitner Padilha, não é moeda, selo, cartão telefônico ou qualquer outro item clichê que compõe seu hobby. Ele resolveu unir duas coisas relevantes na sua vida: a paixão pelos super-heróis do G.I. Joe, popularizados no Brasil como Comandos em Ação, e arte de colecionar.
Juntando bonecos e apetrechos, Valdinei tem um acervo de mais de 2000 itens. “A coleção começou nos anos 80, naquela época era febre, quem não tinha sabia de alguém que tinha um boneco. Quando eu era piazão eu tinha alguns, com o tempo foram perdidos, roubados, ‘estragados’ pelos sobrinhos. Aí, em 2005, comecei a fazer a coleção de novo, tenho paixão desde a infância”, explica.
São bonecos, tanques, bases navais, helicópteros, naves, camisetas, revistas em quadrinhos, filmes e muita história que o fã tem para contar. Para ele não basta colecionar, Valdinei sabe nome e particularidades de cada um dos personagens. Conforme conta, alguns itens que possui são bem cobiçados por admiradores da saga e já foram levados para encontros de colecionadores em várias cidades.
O primeiro boneco que teve, ele lembra muito bem, foi o Barbacue. “Tenho vários raros, vários que gosto bastante. O mais raro é o Sgt. Shaughter, fiz várias tentativas de compra no mercado livre. Nessa versão nova só saiu uma edição nos Estados Unidos. Poucas pessoas compraram para negociar, dei sorte que consegui com um rapaz aqui no Brasil. Às vezes, em leilão, compro bonecos de outros heróis que troco com os caras”, conta.
A coleção se tornou então uma atividade importante que estimulou a pesquisa, história e principalmente a organização para catalogar os itens e pesquisar onde podem ser adquiridos. Hoje em dia, com a internet e as redes sociais, a negociação entre os colecionadores ficou ainda mais fácil. Navegando pela internet é possível achar sites de venda específicos para colecionadores.
Ele revela que decidiu trazer a coleção ao público depois que uma equipe de TV o procurou para fazer uma matéria. “Tem muita gente que é fã, se interessa e quer ver. Foi uma oportunidade que encontrei para compartilhar, afinal remete a um saudosismo para muita gente. Muitos homens que hoje têm entre 30 e 40 anos, se não tiveram o boneco, conheceram pelo menos alguém que teve. Era uma febre e fez parte da cultura principalmente dos anos 80. Na hora do almoço todos os meninos assistiam à série”, comenta.
Para ele, a grande graça do desenho é que se trata de personagens reais: “Nunca tive a pira de super-heróis com super poderes. No Comandos em Ação são homens normais, com armas normais, fazem mais parte da realidade, só têm armas avançadas”, explica. Valdinei já foi sargento do exército e está há nove anos na Guarda Municipal, mas diz que o desenho não influenciou diretamente na sua carreira: “sempre fui da área de segurança pública”.
Valdinei diz ser fanático pela coleção, mas conta que hoje já não perde mais o controle; conforme revela, são, em média, gatos R$500,00 por mês com os bonecos e apetrechos. “Tem cara que acaba perdendo família, perdendo tudo, a coleção se sobressai à família. No começo era assim comigo”, relembra. “Deixava de passear com a família, de ir ao shopping, de fazer alguma coisa, para ficar tentando comprar e trocar”, completa. Valdinei tem sua coleção como parte de sua história.
A História
Em 1964 a empresa Hasbro lançou o conceito dos bonecos de ação para os meninos, quando Stan Weston, inspirado no programa de TV chamado O Tenente, criou o G.I. Joe (Soldado Zé), um boneco militar com 30 centímetros que possuía 21 articulações e a possibilidade de trocar o uniforme. Até o momento, bonecos eram coisa de meninas, mas o articulado para meninos tornou-se um grande sucesso em todo o mundo e em apenas três anos já tinha mais de 75 personagens.
Na década de 1970, G.I. Joe e seu grupo de aliados transformaram-se em aventureiros, lutadores de Kung Fu e até super-heróis, até deixarem de ser fabricados em 1978. Em 1982, com uma união Marvel e Hasbro, a linha voltou a ser produzida, agora com 10 centímetros, menos pontos articuláveis e cada personagem com uma história própria, sucesso total! No Brasil, o sucesso não foi diferente, quando chegou em 1984 com o título de "Comandos em Ação", conseguindo também grande aceitação junto aos garotos da época, tendo inclusive o lançamento de uma revista em quadrinhos pela editora Marvel. Sob a liderança de Duke, o grupo G.I. Joe combatia a vilania com os melhores guerrilheiros de diversas parte do mundo.
Filmes
Quem está na faixa dos 30 a 40 anos, deve lembrar de como era divertido brincar com esses bonecos na infância. De brinquedos infantis para personagens em telas de cinema, Comandos em Ação também virou filme. Em 2009 foi lançado o filme G.I. Joe: The Rise of Cobra, dirigido por Stephen Sommers, com Channing Tatum no papel de Duke. Em 17 de Agosto de 2012, será lançado "G.I. Joe 2: Retaliação". Do primeiro filme retornam Duke (Channing Tatum), o ninja Snake Eyes (Ray Park) e Storm Shadow (Lee Byung-hum). Dwayne "The Rock" Johnson ('Rápida Vingança') viverá o fortão Roadblock, um cara musculoso e alto, mas com um coração sensível. The Rock faria uma ponta no primeiro filme, mas conflitos de agente o tiraram da produção. Adrianne Palicki, que interpretou a 'Mulher-Maravilha' na série não aprovada pela NBC, será Lady Jaye, protagonista feminina, especializada em operações especiais. Ray Stevenson ('O Justiceiro – Zona de Guerra') vai interpretar o ninja Firefly, especialista em sabotagem e explosivos. Bruce Willis ('Duro de Matar 4.0') interpretará o General Joe Colton, homem que deu origem ao codinome G.I. Joe.