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Motim agita Delegacia da Cidade
Familiares assustados se reuniram na frente da DP para buscar informações sobre os detentos

Os presos da Delegacia de Araucária fizeram tumulto na madrugada de sábado, 23, fazendo reivindicações. O motim se iniciou perto das 11h30 e se estendeu até, mais ou menos, as 2h. No momento, estavam na delegacia três policiais de plantão. Os presos estavam armados com pedaços de ferros retirados da própria construção do local, dois detentos foram feitos reféns e ficaram levemente feridos, sendo medicados no local. A “rebelião” foi acalmada por negociações da Polícia Civil com apoio do COPE e Guarda Municipal.

Conforme conta o superintendente Luiz Pereira, a confusão começou quando alguns presos ligaram para seus familiares avisando que uma rebelião estava acontecendo na DP, sendo que nada ainda havia iniciado. “Ligaram por celulares; fazemos revistas minuciosas, mas eles acabam passando. Semana passada mesmo foi feita uma geral e nada foi encontrado”, explica. As famílias, então, ligaram para a Delegacia para saber o que estava acontecendo, e foi quando os três policiais que estavam de plantão foram verificar a confusão.
 

Motim agita Delegacia da Cidade

Os detentos realizaram o tumulto para chamar a atenção das autoridades sobre as condições em que estão. Eles pediam agilidade nos processos, médicos, dentistas, presença de direitos humanos, banho de sol, café da manhã, possibilidade de fazer artesanato, manutenção das instalações, entre outras coisas. Conforme afirmam, as condições na carceragem são complicadas, já que em um local com vaga para 16 presos, atualmente, estão 82.

Justificativa
“A superlotação na Delegacia de Araucária acontece porque não há para onde mandar os detentos”, afirma Luiz Pereira. “Foi até criado o Centro de Triagem 2 em Piraquara para resolver isso, mas o local já está lotado, mesmo com ampliações”, explica. De acordo com ele, a nova lei de ocorrência de prisões não vai resolver o problema em Araucária: “Aqui não vai ter muito efeito, a justiça já está tomando providências para quem é possível, mas a maioria dos criminosos daqui não se encaixa na nova lei”.

De acordo com ele, os presos estavam calmos e se comportando bem até semana passada. A confusão começou quando chegou à Delegacia José Mario Rodrigues, 39 anos, conhecido como “Padre”, pego no dia 19 com mandado de prisão expedido pela 2ª Vara de Execuções Penais de Curitiba. “Foi ele que começou a agitar a bagunça”, afirma. O preso será transferido; os outros presos foram retirados da carceragem para uma reorganização e os ânimos voltam a se acalmar na Delegacia.

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