“Nem todo professor de artes marciais é bom”
Julio Borges, presidente da Federação Paranaense de Muay Thai e MMA alerta o aluno a se informar a respeito das qualificações do professor

Aulas de Muay Thai, MMA, Jiu-jitsu e outras artes marciais têm se tornado cada vez mais comuns. No entanto, alguns cuidados precisam ser tomados na hora de escolher onde e com quem praticar esse esporte. “Eu, por exemplo, fiz Muay Thai em três academias de Araucária, e percebi que alguns dos professores não pareciam estar aptos para dar aula. Além disso, um desses lugares não tinha nem equipamento de segurança para os alunos utilizarem, o que eu acho perigoso”, afirma um atleta araucariense.

Segundo o professor Julio Borges, presidente da Federação Paranaense de Muay Thai e MMA, a desconfiança desse jovem deveria ser apresentada por todo aluno de artes marciais. “Na hora de praticar, você precisa ter certeza de que seu professor é qualificado porque, para dar aulas de Muay Thai, o instrutor precisa praticar a modalidade há pelo menos seis anos e ter a faixa azul escura. Nesse caso, ele ainda deve ser supervisionado por um mestre faixa preta, já que só alguém totalmente graduado pode dar aulas”, afirma o presidente.

O problema, segundo ele, é que a maioria dos donos de academias desconhecem esta regra. “Eles não pedem referências do professor e acabam contratando alguém desqualificado que coloca seus alunos em risco. Infelizmente, temos conhecimento de pessoas que fazem Muay Thai há um ano e já começam a dar aulas. É um aluno dando aula para outro sem ter preparo algum. Algo inaceitável”, pontua.

Ainda de acordo com ele, para evitar situações como essa é importante que o professor e a academia estejam filiados à Federação da modalidade. “Nós exigimos que os professores tenham a prática necessária para dar aulas e que a academia ofereça segurança aos alunos. Por isso, o fato de o estabelecimento ser filiado à Federação é um indicador de que ele cumpre esses requisitos”, comenta.

Outro benefício de estar filiado a uma entidade reconhecida é que a instituição terá acesso a certificados válidos para graduar os praticantes. “Esse era outro problema que eu via. Eu tinha o objetivo de me graduar no Muay Thai, mas não tinha certeza se a certificação daquelas academias era válida”, desabafa o aluno apresentado no início desta matéria.

Segundo Julio, as academias possuem alvará para oferecer modalidades esportivas, mas não podem emitir certificados. “Elas precisam de uma entidade da modalidade como a Federação para fazer isso”, explica. “Nesse caso, nós analisamos se o professor tem qualificação para graduar alguém e oferecemos esse certificado à academia filiada”, completa.

Amparo legal
No entanto, ainda que a Federação se esforce para que as aulas de Muay Thai e MMA do estado sigam padrões de segurança, a instituição não é amparada pela lei para exigir isso. “A gente vai até a delegacia e informa que determinado professor não é filiado e não possui qualificação para dar aula, mas não existe nenhuma lei que proíba o indivíduo de continuar. Por isso, os picaretas atuam e colocam a vida dos alunos em risco”, afirma o presidente.

Mais informações a respeito dessa modalidade e das qualificações exigidas para outras artes marciais como jiu-jitsu e MMA podem ser obtidas com a Federação pelos telefones 3029-3291 e 7813-6480, pelo e-mail julinho_borges@hotmail.com ou pelo site www.jfcnews.com “A Federação existe desde 1986, então estamos preparados para tirar suas dúvidas e ainda podemos informar se sua academia e seu professor são filiados”, adianta.

“Nem todo professor de artes marciais é bom”