Ainda não será na administração do prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) que uma das maiores pragas da administração pública brasileira deixará de existir em Araucária: o nepotismo. A notícia, obviamente, não é das melhores, mas o cenário fica um pouco mais animador quando comparamos o tamanho do guarda-chuva armado por pelo atual prefeito para empregar parentes com o guarda-sol utilizado pelo ex-prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB). Exatamente: o nepotismo não cessou, porém diminuiu – pelo menos até agora – consideravelmente.
Quando deixou a Prefeitura em 31 de dezembro passado, Albanor tinha quatro membros de sua família ocupando cargos de secretários municipais, os únicos que ainda podem ser dados aos parentes desde o advento da Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF), que regulamenta a contratação de familiares como cargos em comissão em órgãos públicos. O quarteto era formado pelo genro Anderson Rigon Lemos, que comandava a Secretaria de Administração; pela cunhada Tânia Gayer, secretária de Cultura e Turismo; pela mulher, Uriema Gomes, titular da Secretaria de Assistência Social; e pelo irmão João Lincoln Ferreira Gomes, o mandachuva da Secretaria de Governo.
Olizandro, por sua vez, nomeou até agora dois familiares para ocupar cargos de secretários: a esposa Belquis de Fátima Ferreira, titular da Secretaria de Assistência Social, e o filho Olizandro Jr., que comandará a Secretaria de Esporte e Lazer. O terceiro integrante da família do prefeito cotado para assumir um cargo no primeiro escalão era seu irmão, Orlando de Jesus Ferreira, que chegou a ser anunciado como diretor presidente da Companhia Municipal de Transporte Coletivo (CMTC). A ideia, porém, não foi adiante porque o cargo de diretor-presidente de companhia não seria considerado de “agente político”, o que enquadraria Orlando na Súmula nº 13 do STF.
Caso Olizandro mantenha seu apetite por abrigar parentes no secretariado do jeito que está, já se pode dizer que houve um avanço, afinal em termos percentuais houve uma redução de cinquenta por cento no “índice de nepotismo” da gestão passada para a atual.
Vices
O “índice de nepotismo” também teve redução no caso do vice-prefeito. Na administração passada, Isac José Efraim Fialla (PSD) havia arrumado vagas de secretários para a mulher, Soraia Fialla, titular da Secretaria de Chefia de Gabinete, e para a sobrinha Rhuanita Drozd, que comandava a pasta de Gestão de Pessoas. Nesta administração, o vice Rui Sérgio Alves de Souza (PT) indicou somente a mulher para ocupar a Secretaria de Chefia de Gabinete.