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Há dias em que o volume de pacientes aumenta tanto que acaba gerando uma sobrecarga no sistema

Não é novidade que o Núcleo Integrado de Saúde (NIS III) é considerado o grande vilão da saúde pública de Araucária. E a superlotação da unidade, que chega atender em média 350 pacientes adultos por dia e cerca de 200 crianças, de acordo com a equipe de coordenação, faz a crise se agravar.

Na tarde de ontem, dia 14, a reportagem do Jornal O Popular foi acionada e esteve na unidade para conversar com alguns pacientes. Sebastião Silvério, 43 anos, contou que sofreu um acidente de moto no sábado, dia 12, teve uma fratura exposta e precisa fazer uma cirurgia em uma das mãos. Desde então está recebendo atendimento no NIS e aguarda encaminhamento para um hospital de Curitiba.

“Fui dispensado logo após ser medicado e retornei hoje (14) às 8 horas, com a esperança de seguir para o hospital. Mas ainda estou aqui, agora sem poder ir para casa e sem comer e não tenho idéia de quando serei operado”, reclama.

Patrícia dos Santos, 17 anos, levou o filho de dois meses com febre para ser examinado e teve que ficar horas aguardando na fila. “Já passei pela triagem, mas fazem mais de duas horas que não sou chamada pelo médico. Fico preocupada porque não sei o que meu filho tem”, conta.

Outra usuária que estava com a mãe de 73 anos aguardando desde cedo pelos resultados de alguns exames disse que estava cansada de tanto esperar. “Minha mãe está com muita dor no estômago e os exames não saem, a gente não pode ficar aqui passando por isso”, criticou.

Sobrecarga
A médica Nívea Pereira de Souza, responsável pela coordenação do NIS, explicou que ontem (14), foi uma segunda-feira atípica e o movimento superou as expectativas. “Nosso quadro de médicos estava completo, com 7 clínicos gerais e 3 pediatras, mas o movimento foi intenso, e com vários tipos de ocorrências.

As pessoas desconhecem esta dificuldade de sobrecarga no sistema. Também não entendem que precisamos priorizar os casos mais urgentes. No caso do Sebastião, ele conseguiu uma vaga na Santa Casa e fará cirurgia na quarta-feira com um ortopedista especialista em mãos, mas precisa aguardar um leito, por isso terá que ficar aqui no NIS”, explica.

Quanto à alimentação, a coordenadora comentou que o NIS não possui serviço de hotelaria porque não é um hospital, por isso a família deve trazer alimentos para os pacientes enquanto ficam aguardando vagas nos hospitais. Sobre as demais reclamações, a médica informou que as pessoas devem ter paciência porque em breve, com a abertura do Hospital, a situação tende a melhorar e o problema da espera para os internamentos deverá ser solucionado.

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