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Educador, pedagogo e filósofo, Paulo Freire é um dos pensadores mais importantes da história da pedagogia mundial, principalmente por ser um dos grandes influenciadores do movimento da pedagogia crítica.

Nas universidades de Harvard e Oxford, duas instituições de ensino superior norte americanas que estão entre as melhores do mundo, o brasileiro é referência absoluta na formação de professores. Mas, por que então o legado de Freire é perseguido pelo atual governo de seu próprio país?

Em primeiro lugar, pelo desconhecimento acerca da obra do educador pernambucano. Acreditam os bolsonaristas e adeptos do absurdo projeto de lei Escola Sem Partido que Paulo Freire é o guru da “doutrinação marxista” nas escolas brasileiras – doutrinação essa que jamais foi comprovada.

Depois, porque Freire idealizou a educação popular e foi precursor das primeiras iniciativas de conscientização política do povo brasileiro, com o intuito de promover a reflexão, a crítica e, sobretudo, a emancipação social e cultural das classes oprimidas.

Por que a nossa história não reconhece negros, índios, pobres e favelados enquanto cidadãos? Este foi um questionamento do pensador e é exatamente essa concepção freiriana que incomoda os reacionários – não apenas hoje, visto que Freire foi perseguido desde o fim da década de 1950 e exilado durante a ditadura militar.

A quem interessa alunos pensantes, críticos e capazes de chegar as suas próprias conclusões através dos saberes? Certamente, para o governo não é interessante, pois, cidadãos críticos saem da alienação e são capazes de transformar a realidade: tudo o que os políticos corruptos, que precisam do povo alienado para lhes servir de gado, não querem.

Mais fácil do que trabalhar pela educação é prometer expurgar Paulo Freire das escolas com a desculpa da tal “doutrinação marxista” que nunca existiu. Aliás, se tivesse existido como um candidato com os ideais de Bolsonaro teria chegado ao poder? Eleitores que conhecem bem o neoliberalismo e têm consciência de classe votariam no Presidente eleito? A conta não fecha.

Mais fácil do que conscientizar a sociedade através da educação pública de qualidade é nutrir a falsa ideia de que professores estão doutrinando alunos. E é por isso que Freire tornou-se alvo da dinastia Bolsonaro: ele ousou falar em professores que estimulam o senso crítico em sala de aula e em escolas que formassem para a cidadania, tal como está na Constituição e na LDB.

Não precisamos de “basta de Freire”, precisamos de mais Paulo Freire nas escolas!

Publicado na edição 1147 – 24/01/2019

O motivo pelo qual a dinastia Bolsonaro quer expurgar Paulo Freire da educação

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