Reunião reuniu cerca de cem pessoas
O início da construção de um abrigo para a população de rua no jardim Pequim tem gerado muitas reclamações por parte dos moradores da região. Eles alegam que a instalação do serviço pode alterar a tranquilidade do bairro e atrair para ali problemas na área de segurança. A comunidade também afirma que nos últimos anos nenhuma obra pública que efetivamente beneficie quem mora ali, como uma praça, uma creche, escola, quadras esportivas e coisa do gênero foi feita pela Prefeitura.
O assunto tem indignado tanto as pessoas do Pequim e redondezas que elas convocaram uma reunião com representantes da Secretaria de Assistência Social (SMAS), a responsável pela construção, para exigir que a obra pare imediatamente. O encontro aconteceu na terça-feira, dia 28, por volta das 19h e reuniu cerca de cem pessoas. Na oportunidade, a secretária de Assistência Social, Uriema Gomes e o secretário de Segurança, Luis Chemin, além de outros integrantes destas secretarias tentaram explicar aos moradores como funcionará o abrigo para a população de rua. Além disso, afirmaram que nenhum tipo de problema de segurança ou outro neste sentido afetará quem reside por aquelas bandas.
Os presentes, entretanto, não se convenceram e não arredam pé da intenção de não deixar que a obra seja concluída. "Não somos contra o abrigo para os moradores de rua. O que queremos saber é porque não fomos consultados a respeito. Afinal, ninguém pode negar que esta é uma obra que alterará a rotina do bairro", comentou uma moradora. Outro presente à reunião questionou as razões de uma obra como essas não ter sido construída no Centro, vez que é nessa região onde se concentra a maioria dos moradores de rua de nossa cidade.
Apesar das reivindicações da comunidade, a diretora geral da Secretaria de Assistência Social, Fabíola Karas, afirmou que as obras não iriam parar e que o que a Prefeitura podia fazer naquela reunião, que era explicar como o abrigo funcionaria, estava sendo feito. A declaração gerou revolta dos moradores, que ameaçaram acionar o Judiciário para resolver a pendenga. Por sua vez, a titular da pasta de Assistência Social, de certa forma desautorizou sua diretora geral e se comprometeu a conversar com o prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB) sobre o assunto. No entanto, não garantiu que a obra seria paralisada, como de fato não foi. Na manhã de ontem (1º), os trabalhos no terreno continuavam. Diante da atitude da Prefeitura, os moradores planejam agora buscar o apoio dos vereadores para demover a Prefeitura da ideia de construir o abrigo. Inclusive, uma visita à Câmara na próxima segunda-feira, dia 5, durante à sessão plenária já foi confirmada. Se mesmo assim não houver qualquer resposta positiva do Executivo, algumas pessoas já estudam a possibilidade de promover um protesto em frente à Prefeitura.