Existem vários fatores para o desenvolvimento da doença catarata e, surpreendentemente, uma delas é a radiação ultravioleta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 20% dos casos de catarata estão relacionados à exposição solar. A doutora Karine Horta, oftalmologista cooperada Unimed da Clínica São Vicente, explica a razão por trás disso e como a doença pode ser evitada.

Segunda ela, a catarata é mais comum de aparecer durante a velhice, porém, pode surgir mais cedo do que o previsto em pessoas expostas cronicamente ao sol. A catarata é uma doença de visão, caracterizada pela perda crescente da transparência do cristalino.

“Embora o cristalino tenha mecanismos naturais de defesa, eles não são suficientes diante da exposição prolongada aos raios UV ao longo da vida. A radiação ultravioleta acelera o envelhecimento das proteínas do cristalino. Com o tempo, essas proteínas vão se modificando, perdendo transparência e formando a catarata. Esse processo pode acontecer mais rápido em quem se expõe muito ao sol sem proteção adequada”, explica a especialista.

Existem grupos de pessoas que estão mais vulneráveis a essa situação, como crianças, idosos e pessoas que trabalham diretamente expostas ao sol, por exemplo, agricultores, profissionais da construção civil, motoristas e atletas. No caso envolvendo crianças, isso acontece porque o cristalino dos seus olhos são mais ‘transparentes’, o que possibilita que mais radiação chegue às estruturas internas do olho.

OMS divulga que até 20% dos casos de catarata são causados pela exposição ao sol
A médica afirma que os sintomas são discretos e progridem lentamente

“O uso de óculos com proteção UV comprovada é a principal medida preventiva. Certifique-se de que o óculos com a proteção UV é de um lugar confiável com certificação correta, pois o uso de óculos escuros faz nossa pupila dilatar e se a certificação não for segura fará entrar mais luz nociva para dentro dos olhos. Portanto, é mais seguro não usar óculos, já que o olho tem seu próprio mecanismo de regulação de entrada de luz, do que usar óculos escuros que não seja confiável, mas o ideal mesmo é sempre usar óculos escuros de procedência confiável”, orienta a médica.

Ela também recomenda o uso de chapéus de aba larga, evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h e manter acompanhamento oftalmológico anual, ações que ajudam a retardar os danos acumulados pela radiação. Outras medidas importantes são: priorizar ambientes sombreados e hidratar o corpo adequadamente.

A doutora Karine ilustra que os sintomas surgem discretamente e progridem lentamente. O paciente deve procurar atendimento médico quando perceber que a visão está embaçada; tem dificuldade para enxergar em locais muito iluminados; possui uma maior sensibilidade à luz; tem redução da nitidez das cores; e perceber a piora da visão noturna.

“A avaliação é feita no consultório por meio de exame clínico e do uso da lâmpada de fenda, que permite observar diretamente o cristalino. Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o acompanhamento e o planejamento do tratamento. Embora a catarata não retroceda, podemos retardar sua progressão com hábitos de proteção solar, alimentação equilibrada e acompanhamento anual. Em alguns casos, quando a visão começa a comprometer as atividades diárias, o tratamento cirúrgico é indicado e hoje o procedimento é seguro e altamente eficaz”, finaliza a médica.

SERVIÇO

A oftalmologista Karine Horta atua com o CRM 18.998, e atende pacientes com mais de 8 anos, sendo cooperada Unimed na Clínica São Vicente, que está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no centro de Araucária. O telefone/WhatsApp para contato é o (41) 3552-4000.

Edição n.º 1494. Victória Malinowski.