Os riscos de uma preocupante ausência do Estado

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Em primeiro lugar, destaco que a semana começou com uma data muito especial, que foi o Dia Internacional das Mulheres. Comemorado na segunda-feira, dia 8, é preciso sempre valorizar todas as mulheres e desejar que a cada dia consigamos ampliar a equidade de direitos.

Mas quero fazer hoje uma reflexão perante o lockdown parcial imposto no Paraná por conta desse vírus que ainda assola a humanidade. Isso me fez associar a ausência do Estado em diversas áreas, como particularmente a histórica derrocada da segurança pública.

Durante a semana, recebi o relato do meu amigo delegado de Polícia Civil, Claudio Marques Rolim e Silva, que trava um compromisso de vida pelos Direitos Humanos dos trabalhadores e trabalhadoras da segurança pública.

Ele me contou que foi ao Rio de Janeiro proferir uma palestra aos fuzileiros navais e se surpreendeu ao saber que o bairro de Campo Grande, sede do Batalhão de Forças Especiais dos Fuzileiros Navais, o Tonelero, está praticamente sendo dominado pelos traficantes e milícias.

Lembrei automaticamente o quanto fiz como policial e continuo trabalhando como parlamentar em prol de uma segurança pública mais eficaz. Muitos podem achar que o Rio é uma realidade muito distante do Paraná. Mas não é! A ausência de políticas públicas tem nos levado a uma realidade que pode não se diferenciar, em pouco tempo, à realidade vivida pelos cariocas.

Lá existem verdadeiras “Zonas de Exclusão”, onde o Poder Público não chega e, como consequência, reverbera a decaída da segurança pública. Aqui, venho clamando por mais atenção às forças de segurança pública, em pontos como remuneração, saúde mental, gestão e atenção aos cidadãos.

Ao contrário disso, o que vimos ainda é a realidade de uma insatisfação geral dos cidadãos, que sofrem com Delegacias fechadas, servidores desmotivados e sublimadas áreas periféricas, onde o crime organizado toma conta, em plena capital do Paraná.

Se o Estado tem vivido esta situação que falo há tempos, de perigo na condução da segurança pública, a realidade que aponto na saúde não é diferente.

Questionei diversas vezes sobre a garantia de manutenção da vida dos profissionais que estão na linha de frente contra esse vírus invisível. Em várias respostas que recebi da Secretaria da Saúde, tive a surpresa de uma fila de imunização que coloca servidores das polícias, bem como os da educação, em fase posterior de vacinação.

Tudo bem, precisamos respeitar a ordem de prioridade. Mas não faz sentido o que vejo em outros países, onde a vacinação está bem adiantada, e aqui no Brasil estamos em passos lentos.

Rogo que a notícia da grande Frente de Governadores traga soluções rápidas para a situação da vacinação. Semana passada, morreram um Policial Civil e dois Policiais Penais. O índice de contaminação continua alto. Precisamos de respostas à altura da grave crise sanitária e para o engrandecimento da Segurança Pública.

Publicado na edição 1252 – 11/03/2021

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