O servente de limpeza Fábio Pedroso, morador do jardim Califórnia, esteve em nossa redação na manhã de quarta-feira, dia 20, para reclamar do médico que o atendeu naquela mesma manhã na unidade de pronto atendimento NIS 3. Mas, ao contrário da queixa tradicional, que é a demora para ser atendido, Fábio estava indignada com o fato de não ter conseguido um atestado de afastamento do trabalho.

Segundo o servente, ele amanheceu com muita dor de garganta, sentindo tonturas e com uma “tremedeira” nas mãos, o que o fez procurar o NIS. “O atendimento não demorou muito, mas o médico se recusou a fornecer um atestado, disse que para tomar os medicamentos e ir trabalhar. Mas, como eu fazer isso? Não estou bem, com tontura e dor de garganta e uma tremedeira. Não tenho condições de ir trabalhar. Ainda argumentei com ele, mas o médico não quis nem saber e me deu apenas uma declaração de comparecimento. Só que a firma não aceita essas declarações e eu vou perder esse dia de trabalho”, lamentou.

Fábio disse ainda que procurou a Secretaria de Saúde (SMSA), mas não adiantou. “Eles me disseram que não havia nada que pudessem fazer”, afirmou.

Liberdade do médico
Em contato com o secretário de Saúde, Wilson Mendes Ramos, este explicou que nesses casos o médico tem autonomia para fornecer o atestado ou a declaração de comparecimento e que a SMSA não tem como obrigar o profissional a emitir um atestado. “Ele é o profissional habilitado, foi ele quem atendeu o paciente e só ele pode decidir se o caso é de emissão de atestado ou de declaração. Infelizmente, a Secretaria não pode interferir nessa relação médico-paciente”, finalizou.