Uma situação que não costuma fazer parte da rotina dos hospitais aconteceu na noite de quinta-feira, dia 26 de fevereiro. Uma gestante procurou atendimento no Hospital Municipal de Araucária e por duas vezes foi orientada pelo médico a voltar para casa, pois não havia dilatação suficiente para o parto. O problema é que ao retornar da segunda vez, o bebê acabou nascendo no banco do carro e o parto foi feito pelo seu próprio irmão, Denilson.

Segundo ele, a irmã procurou atendimento pela primeira vez por volta das 21 horas, com muita dor e com a suspeita de que seu quarto filho fosse nascer. Ele relatou que ela foi examinada e o médico que a atendeu constatou que havia pouca dilatação e a mandou de volta para casa, pedindo que retornasse quando entrasse em trabalho de parto.

“Quando chegamos em casa, ela começou a gritar ainda mais, dizendo que a dor tinha aumentado e que sabia que seu filho iria nascer, pois já teve outros três antes e sabia como era. Fiquei assustado e por volta da meia noite resolvi retornar ao hospital.

Novamente foi examinada e orientada pelo médico a voltar para casa. O problema é que desta vez o bebê resolveu nascer e eu não tive escolha, fiz o parto no banco do carro”, conta Denilson. Ele disse ter ficado revoltado com a atitude do médico. e por isso formalizou queixa na administração do Hospital.

Justificativa

O diretor técnico e coordenador da Obstetrícia do Hospital Municipal de Araucária, Cláudio Bewnarczuk, disse que situações como estas são quase impossíveis de acontecer, pois a paciente estava com pouquíssima dilatação e entrou em trabalho de parto mais rápido que o previsto.

“O médico que a atendeu fez o procedimento correto, o problema é que jamais imaginou que ela fosse ter o bebê tão rápido. Na primeira vez que examinou fez o correto e na segunda vez, conforme consta na ficha, estava com o quadro inalterado, e novamente foi orientada a voltar para casa”, explicou.

Bewnarczuk comentou que o HM não interna a paciente com pouca dilatação, justamente para evitar que ela fique horas sofrendo de dor e depois as pessoas acabem pensando que o hospital não quer fazer cesárea e fica protelando o parto normal.