O abandono de um bebê recém-nascido em uma lixeira, na periferia de Botucatu (SP), no dia 27 de julho, pela mãe a doméstica Jocilene Veloso Schott, 33 anos, ganhou repercussão nacional. Em Araucária, a notícia continua dando o que falar, pois a mãe e o pai do bebê são araucarienses.
Quando soube que estava grávida, Jocilene foi embora para a casa da mãe, em São Paulo, mas, segundo informações do pai do bebê, Maycon Douglas Lopes Damasceno, que permaneceu no Município, ela teria dito que não queria a criança, mas também teria prometido entregar o bebê para ele, tão logo nascesse.
“Eu não tinha mais contato com a Jocilene, mas estava aguardando ela, me procurar quando a criança nascesse, só que fui surpreendido pela notícia na TV. Não sei como ela teve coragem de abandonar o bebê e ainda ligar para a polícia para denunciar o abandono”, comentou Maycon.
Ele afirmou que brigará pela guarda da criança, mesmo ela já tendo ido para adoção na Vara da Família, Infância e Juventude da Comarca de Botucatu, em São Paulo. Mas antes de dar entrada no pedido de guarda da criança, Maycon terá que provar que é o pai biológico.
Direitos
Conforme informações do Conselho Tutelar de Araucária, Jocelene seria casada e teria outros três filhos. O bebê recém-nascido seria fruto de um relacionamento que a doméstica teria tido com Maycon, 20 anos. Ele foi batizado de João Pedro e registrado apenas no nome da mãe.
Ainda de acordo com o Conselho, Jocilene teria ido para São Paulo visitar a mãe quando estava com quatro meses de gestação, e não voltou mais para Araucária, mas a partir do momento em que o pai manifestou interesse em ficar com a criança, ele teria todo direito, porque a criança precisa do convívio familiar e não pode ser colocada para adoção.
Rapidez
A promotora de Justiça de Araucária Leidi Mara Wzorek, disse que Maycon foi apenas orientado sobre as medidas que deveria tomar para requerer a guarda da criança, uma vez que o caso está sob responsabilidade da Justiça de Botucatu (SP). No entanto, a promotora explicou que ele precisa ser rápido, pois a criança já foi para a adoção e os trâmites neste caso podem ser mais ágeis, porque os pais biológicos perderam o poder sobre o bebê.
“A mãe desistiu da criança e o nome do pai não consta no registro de nascimento; isso pode agilizar o processo de adoção, por isso o pai precisa ir até São Paulo e provar a paternidade o quanto antes para requerer a guarda do bebê. Uma vez consumada a adoção, a mesma é irrevogável”, observou a promotora.
A reportagem do Jornal O Popular procurou Maycon para saber quais são seus planos sobre a possível guarda do bebê, mas quando conversávamos com ele pelo telefone celular a linha caiu e não conseguimos um novo contato.