Pais se queixam por não ter onde deixar os filhos
Mães estão tendo dificuldades porque não têm onde deixar os filhos para ir trabalhar

Enquanto os sindicatos que representam os funcionários públicos de Araucária e a Prefeitura não chegam a um consenso, os serviços públicos do município começam a ficar cada vez mais comprometidos e a população já começa a dar sinais de preocupação. É o caso dos pais que têm filhos frequentando os CMEIS, que estavam fechados, mas por decisão do Tribunal de Justiça do Paraná, desde a sexta-feira, dia 6, voltaram a funcionar, só que em horário reduzido.

A balconista Patrícia Carvalho tem um filho de 4 anos que frequenta o CMEI Campina da Barra. Ela conta que trabalha fora meio período, mas em alguns dias ela é chamada para trabalhar o dia todo, das 8 às 20 horas. “Nestes últimos dias, devido a esta greve, meu filho está ficando aos cuidados da minha filha de 12 anos que também não estava tendo aulas então cuidava do menino, mas agora que as aulas voltaram quase ao normal, tive que pedir ajuda da vizinha pra cuidar dele. Mas nos dias que ela não pode, precisei pagar uma pessoa e não ganho um salário que permita esta despesa extra, reclamou.

Patrícia deixou bem claro que não está contra o movimento grevista e acredita que os professores e demais funcionários têm o direito de reivindicar melhorias. No entanto, criticou a maneira como o movimento está sendo conduzido, uma vez que a população está sendo prejudicada. “O povo não pode pagar pelo erro dos outros”, disse.

Franciele Cristina Franco, auxiliar administrativo, também está revoltada com a paralisação dos CMEIS. Sua filha de 2 anos frequenta o CMEI Ipês e como o ritmo de atendimento está lento, a menina está ficando aos cuidados do pai, que trabalha em uma empresa no turno da noite. “Eu trabalho fora o dia todo e meu marido trabalha à noite e chega em casa muito cansado, e agora está tendo que ficar sem dormir para cuidar da nossa filha. Pelo menos agora o CMEI está abrindo às 13 horas, mas mesmo assim tem sido difícil esta adaptação”, comentou.

Para ela, a paralisação se arrasta porque falta uma atitude por parte do Poder Público. “A Prefeitura tem que tomar uma posição porque não sabemos mais o que fazer. Às vezes temos a impressão de que não estão nem aí com o povo”, criticou.

Mais reclamações
Lorena Bosa é diarista e tem uma filha de 4 anos que frequenta o CMEI Campina da Barra. A solução encontrada por ela nestes dias de greve foi faltar serviço para cuidar da menina. “Não tenho nada contra a greve, mas a Prefeitura não deveria deixar o povo ser prejudicado.”, ponderou.

Da mesma forma a comerciante Débora Ramos Araújo Gomes, que tem um filho de 4 anos no CMEI Jardim do Conhecimento, alegou estar indignada com a demora da Prefeitura em apresentar uma solução. Nós, o povo, é que nos ferramos. Dois dias tive que fechar a cafeteria pra cuidar do meu filho, mas ninguém vai pagar meu prejuízo. Nos outros dias deixei com a minha diarista. Felizmente o CMEI Jardim do Conhecimento voltou a funcionar quase em horário normal”, falou.