Pintor araucariense está em exposição
À convite da equipe do Teatro da Praça, Carlos expõe suas obras no local. O público está convidado!

Foi assim, em meio a trabalhos e stress de uma rotina de quem comanda uma empresa de segurança particular que Carlos Janchikoski descobriu o seu talento, um talento que foge do escuro do ambiente da violência e mergulha nas vivas cores que colorem o universo da arte. Seu primeiro contato efetivo com a pintura começou no final de 2010, quando Carlos se inscreveu para um intensivo de pintura oferecido pela Casa de Cultura: “Eu não tinha contato com a arte, mas sempre pesquisava quadros e pinturas navegando pela internet e sempre salvava as imagens. Fiz a inscrição do curso e tive bastante ajuda da Simone Artiolli nesse primeiro contato”, conta Carlos, que revela que sempre foi grande fã de Van Gogh, Monet, entre outros pintores renomados.

Conforme Carlos revela, os primeiros quadros foram meio desastrosos: “Eu nunca tinha tido contato com nada, fui comprar os materiais e nem sabia para o que serviam”, diz aos risos. Mas seu desempenho chamou atenção desde o início e, em três meses de curso, o artista já tinha pintado cinco telas e foi considerado uma importante referência da pintura na cidade. Dalí em diante, a arte foi tomando conta dele: “Foi tão impactante que eu saia do curso e ia para casa pintar de madrugada”, como um pássaro que acabara de descobrir o poder de voar. “Digo que essas telas são resultados de muito stress, é uma fuga para mim, entro em outro campo mental. Costumo dizer que é um mundinho que é só meu, silencioso. Mas gosto de pintar com música barulhenta, assim consigo me concentrar”, revela Carlos que pinta ouvindo bandas como U2 e ACDC.

Inspiração
Como contou Carlos, sua grande inspiração é o pintor israelense Leonid Afremov. “Uma vez vi uma tela bem pequena dele na internet e aquilo foi um choque, eu nem sabia quem era o pintor e salvei a foto. Depois descobri que era ele. Atualmente, eu faço releituras do trabalho dele que poucas pessoas aqui no Brasil conhecem”, conta o artista. Como referência a obra do pintor, Carlos revela que gosta das cores fortes, vivas: “Costumo dizer que a pintura tem que assediar você a longa distância, aí a tela é boa. Termino um trabalho e olho ele de longe, aí sim está aprovado”.

E assim Carlos vai desenvolvendo suas telas com a técnica espatulado: “Para mim o pincel é algo muito complexo, me aprisiona mentalmente. Gosto de pintar coisas que me identifico. Se eu alguém chegar e disser: ‘Se eu te der uma imagem você vai pintar?’, digo que não”, revela. Além das releituras dos quadros de Afremov, Carlos também possui um quadro pintado do Parque Cachoeira que agora está em Atlanta, nos EUA, como presente a um amigo. “O próximo que vou fazer o tema é o Rio de Janeiro, vou pintar o Cristo, o Arpoador…”, já programa.

Exposição
A convite da diretora do teatro da Praça Cida Rolin, Carlos está expondo no espaço oito de suas trinta obras: “Com essa nova gestão vai surgir novas oportunidades para os artistas de Araucária. Vejo que na nossa cidade têm muitos diamantes”. Quem quiser conhecer um pouquinho do trabalho desse nosso artista, basta ir até o teatro para desfrutar dessa viagem visual.