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Praticantes de Parkour superam seus limites
A arte conta com diversos movimentos que auxiliam o praticante a vencer diversos obstáculos, inclusive o medoPraticantes de Parkour superam seus limites

Pulos desconcertantes, fugas precisas, disciplina e muita diversão. Essas são algumas características do Parkour, modalidade que tem como objetivo principal a superação de limites. Essa arte não possui campeonatos e, por isso, não é considerada um esporte. No entanto, seus adeptos praticam tanta atividade física que deixam diversos atletas no “chinelo. “Nós sempre nos reunimos para treinar em locais com muitos obstáculos, onde podemos traçar um percurso e alcançar, com movimentos apropriados, a meta estabelecida”, conta o araucariense Jânio Stunpff, um dos pioneiros do Parkour em Araucária.

Esses percursos podem contar com muros, árvores e diversas barreiras que precisarão ser superadas. Para isso, os adeptos precisam ter preparo físico adequado e, principalmente, força de vontade. “A prática coincide em ser melhor do que você mesmo a cada dia com treino e dedicação. Dessa forma, não temos competidores, pistas, medalhas ou flashes. A única vitória é saber que você se superou e foi melhor hoje do que havia sido ontem”, afirma.

Com esse pensamento, o Parkour tem conquistado novos adeptos e já conta com quase 30 praticantes em Araucária. Um desses “traceurs”, como são chamados, é o jovem Julian da Silva Padilha, de 19 anos. Em 2012, o araucariense assistiu ao filme de ação B-13 Ultimatum e, depois de ver tantos movimentos incríveis no longa-metragem, decidiu praticar também. “O personagem principal era o David Belle, criador da modalidade, então me entusiasmei”, conta.

Hoje, Julian já conhece tudo a respeito da modalidade e até tem preferências. “No Parkour existem movimentos apropriados para cada tipo de obstáculo e praticante, mas os que eu mais gosto são os saltos king kong e monkey, os movimentos dash, cash e speed, as passadas e o wall climb”, enumera.

No entanto, além de se divertir com os treinos, ele também acredita que o Parkour prepara o “traceur” para agir em situações perigosas. “Eu tenho um amigo, por exemplo, que evitou um assalto por causa dos movimentos que aprendeu. Na hora certa, ele realizou uma fuga arriscada, porém, precisa, e concluiu os movimentos com êxito”.

Como participar
Aparentemente, é necessário ter muita coragem para ser um praticante, no entanto, aqueles que têm medo de arriscar também são bem-vindos na modalidade. “Eu mesmo tinha medo e, em algumas situações e lugares, ainda tenho. Só que é possível controlar isso com a concentração”, afirma Julian.

Os interessados podem entrar em contato com a equipe Parkour Araucária e tirar suas dúvidas a respeito da prática. “Nossos treinos acontecem, em média, três vezes por semana, principalmente aos sábados e domingos”, informa Jânio. Para treinar, basta utilizar roupas confortáveis sem botões ou zíperes. “Lembrando que elas poderão sujar e rasgar”, adianta. Além disso, o “traceur” deve ter sempre em mente a disciplina. “Se alguém diz que vai treinar, mas quer sujar ou depredar um patrimônio público, essa pessoa não está mais praticando Parkour e, sim, vandalismo”, finaliza Jânio. Mais informações no grupo do Facebook: Parkour Araucária.

Como surgiu o Parkour?

Praticantes de Parkour superam seus limites
A equipe Parkour Araucária começou a se reunir em 2004

O Parkour começou a ser praticado na França, na década de 80, quando David Belle adaptou algumas técnicas utilizadas por seu pai na Guerra do Vietnã. Dedicado, o jovem treinou e aprimorou as técnicas, fazendo com que o Parkour se tornasse conhecido em diversos países do mundo. No Brasil, a prática teve inicío em 2004 com jovens de Brasília e São Paulo que encontraram no Parkour uma forma de diversão.

Para a prática do Parkour é necessário ter bom preparo físico, realizar aquecimento antes do treino e finalizar com alongamentos. Além disso, vale a pena consultar um médico antes de aceitar o desafio.
 

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