Quinteto é acusado de homicídio
Polícia investiga a história confusa contada pelos suspeitos

Daniele de Castro Neris, de 28 anos, César dos Santos, de 21 anos, Camila de Faria Modesto, 18 anos, Dariano Ulets, de 28 anos, e Edison Batista, de 40 anos, todos da região do CIC, em Curitiba, foram presos em Araucária, no sábado 5 de outubro, acusados de matar Gelder Deiber da Silva, 29 anos. Conforme registrado em Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, depois do contato de testemunhas não identificadas, a equipe se dirigiu até a Av. Centenário, próximo a barragem do passaúna, às 07h30, onde encontrou um indivíduo morto na via. Logo começaram as buscas pela região atrás do autor.

Primeira versão
As testemunhas afirmaram que um veículo Fiat Uno teria chego no lugar, não souberam dizer se a vítima estava no veículo ou não, e logo depois ouviram quatro disparos de arma de fogo e viram um indivíduo correndo na via sangrando. Logo Gelder teria sido alcançado por três homens e duas mulheres que o espancaram com golpes de pedra. Em seguida, os populares informaram que o veículo Fiat Uno estava a poucos metros dalí, próximo a barragem; sendo assim, a equipe foi até o local.

Conforme informou a PM, os suspeitos foram encontrados com manchas de sangue nas roupas e no veículo. Segundo informaram em um primeiro momento para a PM, eles apenas passaram pelo local e a vítima teria se jogado no carro pedindo socorro. O grupo relatou que conhece Gelder, pois moram no mesmo bairro. E, em seguida, Daniela, confessou que deu dois golpes com uma pedra na cabeça da vítima. Todos foram encaminhados à D.P. para esclarecer melhor a história.

Confusão
Na Delegacia as informações continuaram muito confusas. Conforme informou o escrivão da Polícia Civil, em depoimento, cada suspeito contou uma história diferente: “A única informação que bateu é que estavam em uma distribuidora de bebidas em Curitiba bebendo e que seguiram para o Passaúna para continuar bebendo”, explica. De acordo com o policial, a equipe recebeu a informação que Daniela e Edson são traficantes na região do Vila Verde e que Gelder era usuário: “Pode ter sido um desacordo ou uma dívida. Mas a mãe de Gelder esteve aqui e disse que o filho não devia nada” afirmou.

De acordo com as informações que possuem, na sexta-feira, Gelder saiu de casa para receber pelo trabalho em uma gráfica e depois ligou para uma vizinha dizendo que estava em um local bebendo um chope: “Vamos ouvir agora o dono da distribuidora para ver se eles estavam juntos ou não no local. O que sabemos também é que Gelder ia ser pai e tinha marcado um almoço para toda a família no domingo para contar a novidade”, disse o policial. Daniela tem passagem por porte ilegal de arma, Edson por tráfico de drogas, e Gelder tinha passagem por roubo. As investigações continuam.

O QUE DIZEM OS ACUSADOS
Daniela

A mulher relatou para a Polícia que todos – os cinco suspeitos mais a vítima – estavam em uma distribuidora de bebidas no CIC bebendo, até que decidiram ir até a barragem do Passaúna para continuar bebendo. Chegando ao local, ela afirmou que ela e Gelder saíram andando pela estrada, quando Gelder começou alisá-la, ela tentou dizer não e Gelder teria sacado um revólver e dado dois tiros no chão. Daniela disse que, em seguida, Gelder foi para cima dela e eles entraram em luta corporal: “relatou que ele esfregava a arma no rosto dela e quando ela conseguiu pegar o revolver, a arma disparou atingindo o olho de Gelder. Ele teria caído no chão e levantado, foi quando disse que pegou uma pedra e acertou nele. Ela não esclareceu como dispensou a arma e como encontrou com os outros amigos em seguida”, contou policial.

CAMILA
Em depoimento, Camila disse que todos – o quinteto com a vítima – estavam bebendo na distribuidora no CIC e decidiram ir para a barragem. Quase chegando ao local, como afirmou, o Edson parou para urinar, quando Gelder e Daniela teriam descido do carro. Em seguida, Edson teria voltado para o carro e ela ouviu quatro disparos de arma, logo viu Gelder bater no veículo que foi acelerado pelo motorista até uns 10 metros para frente. De acordo com Camila, em seguida Daniela entrou no carro e disse: “Terminei com uma pedra”.

Edson
Edson também confirma que estavam bebendo – sem o Gelder – no CIC e que, quando estavam na Av. Centenário, indo para o Passaúna, Gelder apareceu na lateral do carro, ferido, pedindo por socorro. Ele disse que reconheceu o rapaz e tentou telefonar pedindo ajuda, mas percebeu que outra pessoa fazia isso e, então, continuaram o caminho até a beira da barragem para continuar bebendo.

Dariano
O rapaz confirma que estavam bebendo na distribuidora e seguiram para a barragem do passaúna quando estava amanhecendo. “Ele afirmou que pediu para urinar e enquanto fazia xixi escutou uma discussão com a voz da Daniela e ouviu um disparo. Porém afirmou que quando voltou para o carro, ninguém falou nada sobre o assunto”, contou o policial com base no depoimento.

Julio
Julio diz não saber o que aconteceu. Afirmou que estavam bebendo no Passaúna quando chegou a Polícia e disse que tinha uma pessoa em óbito e que eles eram suspeitos. Conforme afirmou, o grupo permaneceu o tempo todo unido e ele não ouviu nenhum disparo.