Entre centenas de representantes de diversos municípios, estavam cinco araucariense reunidos para debater e elaborar propostas para fortalecer a cultura paranaense. Pedro Sfendrych , Laureni Vicente e o Jester Furtado foram como delegados eleitos pela sociedade civil na Conferência Municipal de Cultura, a Cindy de Carlos foi como indicada do poder público, respeitando assim a proporcionalidade prevista para as Conferências Estadual e Nacional, e a Ana Paula Frazão foi como Conselheira Estadual, como delegada nata, como previsto também no regulamento da Conferência Nacional. Esse é o principal legado da 3ª Conferência Estadual da Cultura, realizada neste final de semana, em Guarapuava. O evento foi promovido pelo Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. Ao todo, 285 delegados das áreas civil e governamental, além de convidados e observadores de diferentes áreas, estiveram juntos, escolhendo propostas que serão apresentadas na conferência nacional, que ocorre em Brasília, no mês de novembro.

“Estamos trabalhando para melhorar a cultura do Paraná. Discutindo abertamente com todos. Esta conferência produziu um resultado extraordinário, temos delegados eleitos que levarão nossas propostas a Brasília, e temos documentos que ajudarão a montar o Plano Estadual da Cultura. Fico feliz que este grupo esteja contribuindo para isso.” Essas foram as palavras do secretário de Cultura do Paraná, Paulino Viapiana, no encerramento da Conferência. Ele também destacou outras ações já desenvolvidas para fortalecer a cultura do Estado, como a formação do Conselho Estadual da Cultura e a aprovação da Lei que criou o programa de incentivo, o Profice, ambos frutos de ampla participação da sociedade civil.

Jester Furtado: “Olha, nada nunca é perdido, sempre ha algo de positivo, mas o fato é que a cultura continua sendo discutida por pessoas que acham que entendem do assunto, outras que querem apenas se opor ao governo e uma minoria que realmente tem propriedade e legitimidade nas defesas. Infelizmente muito tempo da conferencia foi dominado pelos dois primeiros grupos. Ainda assim conseguimos defender boas propostas. De positivo para o estado é a possibilidade que a Secretaria Estadual de Cultura teve de ter um diagnóstico do estado a partir das falas feitas pelos delegados presentes. Foi um bom momento para essa escuta. Além disso, o fato dos delegados que participarão da coferencia nacional saberem que precisarão ter uma postura incisiva lá em Brasilia, para poder reverter ou amenizar o histórico desprestígio com que o Paraná é tratado quando se trata de politicas de cultura. Também o fato de muitos agentes culturais terem se encontrado e a partir de agora iniciar uma força mais coletiva e que contemple todas as regiões do Paraná”.

Ana Paula Frazão: “A Conferência era dividida em 4 eixos temáticos, que foramavam grupos para a elaboração de propostas, a partir das demandas geradas nas Conferências Municipais, prevendo ações para os Municípios, para o Estado e para o País. Além disso os grupos de trabalho elegeram Delegados, que levaram as propostas do Paraná para a Conferência Nacional em novembro. Apesar de ter sido um evento um pouco caótico, com delegados do eixo 2 quase chegando a vias de fato, com egos inflados e com um certo entusiasmo desrespeitoso, eu que participei da anterior, vejo que já evoluímos nas discussões e é visível como a sociedade civil vem se apoderando dessas instancias de participação. Na Conferência anterior víamos pessoas, única exclusivamente, interessadas em viajar para Brasília, nessa as pessoas estavam focadas na elaboração de proposta. A equipe da Secretaria de Estado da Cultura, embora com algumas falhas, comuns num evento desse porte e com tantas pessoas querendo expor suas ideias, está de parabéns pela lisura com que conduziu os trabalhos. Na anterior tínhamos funcionário da Secretaria de Estado manipulando os debates, o que dessa vez não aconteceu. Esse momento é muito importante, porque o Estado está na construção de seu Plano Estadual de Cultura e as discussões da Conferência serão a base para essa elaboração e acredito que a Conferência em si, com a qualidade dos debates, já é um avanço para a cultura do Paraná, mas sem dúvida o apoderamento da sociedade civil é a maior conquista até o momento. Quanto para Araucária, de imediato temos primeiro a ampliação do olhar dos nossos participantes, que puderam constatar que temos sim, por mérito nosso, dos agentes culturais desse município, uma qualidade de debate e argumentação, porque pudemos observar pessoas muito preparadas, mas também pessoas de muitos municípios do Estado que não conseguiam acompanhar as discussões. E depois o fato de que nossas demandas, por serem coerentes e bem debatidas e defendidas por nossos delegados, estarão contempladas nas instancias Estadual e Nacional. Pena não termos a participação de mais integrantes da Secretaria Municipal de Cultura como observadores no evento, porque temos hoje uma Secretaria conduzida por pessoas da área de educação, que embora em nenhum momento esteja desligada da cultura, sempre recebeu dos governos uma maior atenção, atuar na área da cultura é diferente e enriqueceria em muito o olhar de nossos gestores da pasta, as discussões, a diversidade cultural e assim sendo se ideias, e o encontro com outros gestores da cultura do Estado, mas não foi dessa vez”.

Laureni Vicente: “O povo terá oportunidade de participar dos programas de Cultura, tais como: oficina de arte, assistir espetáculo feito com esmero e dedicação, promover e preservar a arte por sua característica individual em cada modalidade, valorizar os artistas locais, preservar o patrimônio histórico do município. A cultura deixa a vida afável, a cultura traz contentamento”