Rosane assume o cargo de deputada federal na terça-feira (1º)
Na próxima terça-feira, dia 1º, a deputada federal Rosane Ferreira (PV) tomará posse de seu cargo no Congresso Nacional. Será a primeira vez que uma cidadã araucariense ocupará tal posto.
Esta semana, em entrevista concedida ao jornal O Popular, Rosane falou sobre o que espera encontrar em Brasília. Também fez algumas considerações de seus quatro anos de Assembleia Legislativa, de onde sai com a “sensação do dever cumprido”.
A parlamentar ainda voltou a repetir o que disse durante toda a campanha que a levou ao Congresso Nacional: não será candidata à prefeita de Araucária em 2012 e dedicará os próximos quatro anos ao mandato em Brasília, o qual foi conquistado obtendo votos em 319 dos 399 municípios do Paraná. No entanto, deixou claro que o diretório local do Partido Verde (PV) participará da disputa, seja lançando candidato ou mesmo coligando com outras legendas.
Outro ponto abordado pela deputada foi a relação com o prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB), de quem ela pretende ser parceira em Brasília na construção de políticas públicas para a cidade. No entanto, deixou claro que as caminhadas político/ partidárias de ambos são totalmente diferentes.
A seguir o leitor confere os principais trechos da entrevista com a deputada federal Rosane Ferreira.
Carlos do Valle/
Waldiclei Barboza
Resumo do trabalho na Assembleia
Eu tenho certeza de que cumpri o meu papel. O que eu me propus a fazer: discutir política, brigar por Araucária e procurar representá-la, eu fiz. Passei pela Assembleia num momento difícil. E tenho certeza de que estou deixando uma Casa de Leis melhor do que recebi. Desde as questões mais simples, como brigar pelo fechamento de um salão de beleza que funcionava no subsolo da Casa, ou a diminuição do uso de copos descartáveis, até as coisas mais complexas, como efetivar o voto aberto, a transmissão das sessões pela televisão, a instalação do painel eletrônico, tudo isso fez com que houvesse uma melhora e consolidasse o processo de transparência do Legislativo do Paraná.
Também conseguimos dar visibilidade aos problemas de Araucária. Durante o meu mandato foi o período em que o Estado mais investiu na cidade. É claro que a conjuntura política também contribuiu para isso. Mas eu fiz a minha parte. Foram muitos os investimentos do Governo do Estado aqui e eu contribuí muito para isso. Ainda consegui aprovar leis importantes, como a de proteção das microbacias e outras de defesa do meio ambiente. Por tudo isso, saio com a sensação do dever cumprido.
Frustrações e alegrias na Assembleia
A relação do poder Legislativo com a comunidade ainda é muito ruim. Mas isto ocorre também porque o que o eleitor quer do deputado não é atribuição do parlamentar. Ou seja, as pessoas querem que o deputado execute obras. Ter que negociar com o Poder Executivo para trazer ônibus, fazer asfalto, construir escolas e coisas do gênero arrebentam com o parlamento, porque acabam fazendo com que ele tenha que ficar amarrado com o Executivo para satisfazer os pedidos da população. Sem dúvida, esta falta de compreensão da comunidade com o que seria o trabalho do deputado é a minha maior frustração enquanto parlamentar.
Já a minha maior satisfação são os meus posicionamentos, discutir projetos de lei, votar contra aposentadoria especial para deputados, derrubar vetos. Enfim, fazer o trabalho constitucional do deputado era o que me satisfazia. Mas, infelizmente, nem sempre isso dá voto.
Expectativas no Congresso Nacional
Com certeza, eu chego ao Congresso Nacional melhor preparada do que cheguei à Assembleia. E eu estou contente porque, já nas primeiras reuniões que tive com a bancada do PV na Câmara, sempre discutimos política e não simplesmente a busca de recursos, cargos e coisas do gênero. Então, a minha primeira impressão é bem boa. Por exemplo, as comissões da Câmara dos Deputados têm assessorias técnicas que realmente existem, trabalham, são competentes e fornecem todo o embasamento necessário para que o deputado possa cumprir o seu mandato de maneira satisfatória.
Como ser diferente num Congresso desacreditado
Tentando ser transparente, prestando contas à população. Estando a par das grandes discussões nacionais e realmente brigar por um país melhor para todos nós.
O que Araucária pode esperar da senhora?
A população de Araucária pode ter certeza de que eu continuarei circulando pela cidade, que vão me encontrar no restaurante, na igreja, em casa. Ou seja: as pessoas continuarão tendo acesso à minha pessoa. Eles podem esperar que eu brigue para acabar com os problemas de Araucária. Que eu exija o cumprimento das promessas feitas pelo Governo Federal e lute para trazer para a cidade o Minha Casa Minha Vida, as creches federais e outras obras. Eu vou defender Araucária todo o Paraná.
Relação com o prefeito Zeze
Tenho com o Zezé uma relação de respeito. Quero trabalhar pela comunidade. Nós dois temos caminhadas políticas e posicionamentos ideológicos diferentes. Mas hoje ele tem que exercer o papel de prefeito e eu de deputada. Mas quero estar junto com ele na construção de políticas públicas e não partidárias. Eu vou fazer o meu papel em Brasília e tentar viabilizar recursos para este final de gestão municipal e também para a próxima, seja quem for o prefeito. Enfim, eu quero ser parceira da Prefeitura para ajudar a melhorar a vida das pessoas da minha cidade.
Eleições municipais de 2012
Eu não serei candidata à prefeita, mas isso não quer dizer que o PV não terá posicionamento nas próximas eleições. Eu vou cumprir todo o meu mandato em Brasília. Eu tenho este compromisso com Araucária e centenas de outras cidades do Paraná. O PV, no entanto, se posicionará nas próximas eleições municipais de Araucária, assim como se posicionou em todas as outras.
O marido candidato
A caminhada dele hoje não sinaliza isso, mas eu penso que ele poderia ser um excelente candidato a vice, por exemplo. Isto, claro, se houvesse uma candidatura que fosse ao encontro dos interesses do PV para a cidade de Araucária.
A família aqui e a deputada em Brasília
Ainda estamos discutindo isso lá em casa. É claro que algumas coisas que eu fazia dentro de casa, terei que delegar. Mas farei sempre o possível para estar com eles. Até porque quando eles não estão bem, eu não estou. Mas assim como outras mulheres trabalham fora de casa, eu terei que conciliar. Vou para Brasília na segunda-feira à noite, vez que as sessões começam na terça, e voltarei na quinta-feira à noite, já que nas sextas-feiras não há sessões.
Formação da equipe em Brasília e aqui
O gabinete em Brasília não comporta fisicamente mais do que quatro pessoas. Terei lá um chefe de gabinete, um assessor e um motorista. Montarei um escritório político em Curitiba e vamos manter o escritório em Araucária, que na verdade é mais para atender às necessidades do diretório local do Partido Verde.