Vereadores e técnicos da Sanepar se reuniram na sala da presidência da Câmara
Desde o início do ano, uma crítica tem sido recorrente nas sessões plenárias da Câmara Municipal de Araucária: a destinação e o tratamento dado pela Sanepar ao esgoto coletado em algumas regiões da cidade.
Os principais críticos da companhia têm sido os vereadores Vanderlei Cabeleireiro (DEM), Paulo Horácio (PSDB) e Adriana Cocci (PTN). A principal queixa do primeiro é com relação ao destino do resíduo coletado nas casas dos moradores dos jardins Ipês e Jatobá. Segundo Vanderlei, há quase duas décadas, a Sanepar cobra dessas comunidades taxa de esgoto, mas simplesmente despeja o material in natura em córregos da região. Já Paulo e Adriana são críticos da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) localizada no Loteamento Torres, pois esta acaba gerando mau cheiro em todos os jardins que circundam a ETE.
As reclamações acerca da atuação da Sanepar são tantas que a Câmara já defende a instalação de uma Comissão de Inquérito, popularmente conhecida como CPI, para investigar o serviço prestado pela companhia aos clientes araucarienses.
A vontade de instaurar a CPI permanece mesmo após técnicos da Sanepar terem visitado à Câmara na semana passada para prestar esclarecimentos. De acordo com Vanderlei, as informações dadas pela empresa não foram satisfatórias e se resumiram a garantir que estão sendo realizadas obras para ampliar a coleta e tratamento de esgoto em toda a cidade, inclusive nos loteamentos Ipês e Jatobá. “Eles acabaram reconhecendo que o esgoto coletado naquela região é despejado em fundo de vale, mas garantiram que até o ano que vem deve estar pronta uma estação de tratamento para coletar e dar a destinação correta para esse material. No entanto, eles não cogitam a hipótese de suspender a cobrança do esgoto até que essas obras estejam prontas. Por isso, considero que a CPI ainda é necessária para investigar se essa cobrança é legal e também para averiguar os danos causados pela Sanepar ao meio ambiente daquela região”, argumentou.
Ainda esta semana
Por sua vez, o vereador Paulo Horácio afirmou que a ideia é definir a presidência e a relatoria da CPI da Sanepar ainda esta semana. Segundo ele, os trabalhos devem se concentrar na análise do contrato de concessão que o Município possui com a companhia e em eventuais problemas que a empresa esteja causando ao meio ambiente de Araucária.
Prefeito discute mau cheiro causado pela Sanepar
Reclamação dos moradores é o odor causado pela Estação de Tratamento de Esgoto Cachoeira
Também na semana passada, o prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) se reuniu com moradores do jardim Iguaçu e profissionais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Sanepar para discutir o problema do mau cheiro causado pela ETE instalada no Loteamento Torres. A situação, que também é criticada pelos vereadores Paulo Horácio e Adriana Cocci, já teria sido denunciada à ouvidoria da companhia, que não teria resolvido satisfatoriamente o caso.
Durante a reunião, Olizandro enfatizou a necessidade de que a Sanepar resolva o problema e decidiu formar uma comissão para acompanhar o caso. Ele também afirmou que solicitaria o apoio do Ministério Público a fim de que o órgão proponha um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) à companhia.
Segundo os técnicos da Sanepar, a empresa já teria tomado algumas medidas para amenizar a situação. Ela consiste na adição de uma substância chamada peróxido de hidrogênio, que ameniza o mau cheiro. Os profissionais também informaram que a ETE deve ser ampliada em breve e que a obra prevê a instalação de um novo reator e a recuperação do reator atual. O novo equipamento seria mais moderno e dotado de uma tecnologia diferente da atual, o que contribuiria com a redução do odor. Essas obras devem acontecer até o final de janeiro do ano que vem.
