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Assistentes sociais e membros da sociedade civil assistiram a uma palestra sobre pedofilia
Como primeiro passo para a criação de uma rede de enfrentamento à violência infanto-juvenil em Araucária, representantes de todos os serviços sócio-assistenciais do município e da sociedade civil assistiram a uma palestra sobre pedofilia na sexta-feira, dia 17, no anfiteatro da Prefeitura.

O tema foi abordado pela Sargento da Polícia Militar do Paraná, Tânia Mara Abraão Guerreiro, que já representou o Brasil em diversos encontros mundiais de combate à pedofilia e já colaborou com a Interpol para localizar pedófilos procurados no mundo todo.

“Considero louvável a intenção de Araucária em combater o problema, pois é necessário unir esforços para tipificar a pedofilia no Código Penal Brasileiro como crime hediondo. Por isso, precisamos de um milhão de assinaturas para solicitar essa mudança na legislação”, destaca Tânia, que também é responsável por um abaixo-assinado de combate à pedofilia.

Trabalho conjunto
Para a assistente social do Programa Sentinela, Miralva Gomes, é preciso ter o apoio de todos os segmentos do poder público e da sociedade civil para combater a pedofilia. “Isso pode ser feito através do repasse de informações à população e o incentivo à denúncia de casos no município”, disse.

De acordo com a sargento Tânia, no Brasil uma criança é violentada a cada oito minutos e em Curitiba e região metropolitana quatro crianças são abusadas por dia.

No Paraná, em 67% dos casos o responsável pelo abuso é o padrasto e em 20% das ocorrências são os próprios pais os criminosos. Na seqüência estão irmãos mais velhos, tios, avôs, primos e amigos da família.

Segundo Tânia, esses números correspondem aos episódios que as autoridades tomam conhecimento por entradas em hospitais e denúncias. Porém, muitos casos não são levados ao conhecimento da polícia por receio da própria família em punir os agressores, que continuam agindo, já que a pedofilia é um distúrbio que não tem cura.

Programa Sentinela
Criado em maio de 2006, o Programa Sentinela realiza ações de assistência social, destinadas ao atendimento de crianças e adolescentes abusados ou explorados sexualmente.

“A violência sexual contra crianças e adolescentes acontece muito próximo de todos nós. O abuso e a exploração sexual são crimes graves que comprometem o futuro da vítima. A omissão da sociedade gera grande dificuldade na identificação real do problema”, comenta Miralva Gomes.

Ela afirma que a denúncia é fundamental e poderá ser feita pelos seguintes telefones: Programa Sentinela (3901-5256 e 3901-5373), Conselho Tutelar (3614-1731), Ministério Público (3642-4050), Delegacia Civil (3642-2000), Polícia Militar (3642-2768) e Guarda Municipal (153).

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