SMED define calendário das escolas para 2012
Os alunos terão dois sábados letivos no decorrer deste ano

Foram muitas as polêmicas que surgiram desde que a Secretaria Municipal de Educação (SMED) divulgou, na última semana de novembro, a proposta do calendário escolar para o ano letivo de 2012. O que era para ser discutido em conjunto, até se chegar a um consenso entre a SMED e as escolas da rede municipal de ensino, acabou virando motivo de muitas divergências.

Segundo informou o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar) a SMED apresentou duas propostas em cima da hora, o que não deu tempo hábil para as escolas discutirem. “A reclamação dos professores e pais era de que estas propostas continham muitos sábados letivos, prática que altera a rotina das famílias e que acaba não sendo produtiva devido ao grande número de faltas dos alunos”, explica Giovana Piletti, presidente do Sismmar.

Giovana lembra ainda que cada escola deveria ter tido autonomia para apresentar sua proposta de calendário, mas não foi o que ocorreu. “A SMED até certo ponto impôs um calendário que tinha muitas dispensas e muitas reposições, o que acabava prejudicando tanto professores quanto os alunos. “No sábado fica quase que inviável aplicar conteúdos novos porque muitos alunos faltam, e o dia fica improdutivo”, explicou Giovana.
Ainda de acordo com ela, outra reclamação diz respeito a data de início das aulas, pois os professores retornam às escolas no dia 1° de fevereiro para participar de reuniões, planejamento e de semana pedagógica, enquanto as aulas propriamente ditas só recomeçam no dia 10 de fevereiro. “A SMED explicou que a semana pedagógica foi marcada para esta data devido a agenda dos palestrantes”, comentou.

Bateu o pé
O Conselho Escolar da Escola Municipal Irmã Elizabeth Werka, tão logo recebeu a proposta de calendários da SMED, no dia 23 de novembro, apresentou uma terceira proposta. “O problema é que tínhamos prazo até dia 30 de novembro para apresentar nossa proposta, e com apenas uma semana de discussões foi difícil elaborar um calendário que atendesse aos anseios de pais, alunos e professores”, comentou o professor Sidney Azarias Inácio.

O professor disse ainda que a escola recorreu ao Conselho Municipal de Educação para intervir a seu favor, mas prevaleceu a proposta da SMED. Diante disso, iniciou um movimento, que posteriormente foi aderido pela direção e pedagogos da Escola Ibrahim e, sem resposta, procurou o Ministério Público, que prontamente atendeu o pedido e participou da reunião que foi realizada no final de novembro, onde finalmente foi acatada a proposta de calendário da Escola Werka.

“Contamos com apoio dos pais, que fizeram um abaixo-assinado e, se não fosse o MP se pronunciar e dizer que a proposta da SMED passa a ser nula se o Conselho Escolar não for ouvido, não teríamos conseguido aprovar este calendário que foi aceito, mesmo não sendo o ideal”, explicou.

Sidney disse ainda que em função de toda polêmica gerada, ficou definido em ata que as discussões em torno do calendário para o ano letivo de 2013 deverão ser iniciadas em setembro, para que todos tenham tempo hábil para apresentar suas propostas.

O Popular entrou em contato por telefone com a secretária municipal de Educação Maria José Basso Dietrich, mas ela está fora da cidade e não pode conversar conosco.