Foram inscritos 100 animais para passar pelo procedimento de castração
A Semana de Meio Ambiente está sendo aproveitada para intensificar a castração de cães no município de Araucária, contemplando animais de famílias de baixa renda da comunidade do D’Ampezzo. Foram inscritos previamente 100 animais para passar pelo procedimento que visa evitar a proliferação sem controle dos animais. Veterinários da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), da Secretaria de Agricultura, da Secretaria de Saúde e alguns profissionais de clínicas particulares atuaram como voluntários para a realização do mutirão.
“Neguinha”, de 11 meses, foi uma das cadelas contempladas com a ação. Dona Zelita de Amorin Araújo, de 54 anos, a proprietária do animal, conta que optou pelo tratamento temendo que durante o cio o animal escapasse de casa e voltasse com filhotes. “A gente se preocupa, mas é cara a cirurgia para fazer. Não teríamos dinheiro para pagar particular. Soubemos do mutirão e inscrevemos a Neguinha. Ela fez a cirurgia na segunda-feira e já está bem. Semana que vem irá tirar os pontos”, relata.
Por que castrar?
Durante o procedimento, os animais são submetidos a uma anestesia geral e é feita a remoção dos órgãos reprodutivos. A veterinária do Centro de Controle de Zoonoses, Flávia Wolf, percebe muitas vantagens na realização da cirurgia. “As fêmeas não têm mais o período de cio, quando atraem machos e sangram. Já os machos castrados, continuam defendendo a casa e acabam convivendo de maneira mais harmônica com outros cães”, comenta.
Outros benefícios pertinentes seriam relacionados à prevenção de doenças. Segundo pesquisas, o câncer de mama, câncer de útero e de ovário poderiam ter menor incidência em cadelas castradas. A estimativa é que o risco dessas doenças pudesse cair em aproximadamente 90%. O contágio por doenças sexualmente transmissíveis também seria reduzido.
Inserção na semana
Algumas pessoas estranharam ver a campanha da castração inserida dentro das atividades da Semana de Meio Ambiente. A veterinária da SMMA, Marina Valentini Gayer, explica que o cuidado com animais faz parte do convívio ambiental e precisa ser regido por preceitos éticos. “Deve haver respeito com todos os seres vivos. Quando fazemos a castração, protegemos o ambiente porque esses cães que estão sendo castrados durante a mobilização têm dono, mas se fogem de casa, mesmo que por um rápido período, já é suficiente para que haja uma cruza e é uma chance a mais para abandono de filhotes”, diz.
A veterinária alerta sobre a situação e faz uma breve projeção sobre a capacidade de procriação de um casal canino em alguns anos. Supondo que eles tenham duas crias anuais, de 2 a 8 filhotes em cada uma, em um primeiro ano seriam aproximadamente 12 filhotes. No ano seguinte, os pais poderiam ter nova cruza e como os cães atingirão idade fértil, também entrariam nesta conta, contribuindo para um resultado de mais 65 filhotes. Seguindo a tendência, em três anos aquele mesmo casal poderia ter originado mais de 300 cães.
“Os números aumentam sucessivamente com o passar dos anos. É uma progressão que pode atingir grande escala em pouco tempo. Por isso a necessidade de haver preocupação por parte da população em cuidar dos animais”, finaliza.
