Um organismo vivo

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Araucária, historicamente, sempre gastou muito com a manutenção do transporte coletivo municipal. Infelizmente, no entanto, esse gasto nem sempre significou qualidade na prestação do serviço.

Menina dos olhos da atual administração, o transporte coletivo araucariense deixou de ser coadjuvante na região metropolitana de Curitiba e, como nunca antes na história deste Município, passou a ser pensado como política pública de desenvolvimento local.

E pensar o transporte coletivo como motor de desenvolvimento passa necessariamente pela inclusão de mais segmentos da sociedade ao sistema. Vimos em 2018, por exemplo, o valor da tarifa sendo reduzida em Araucária de R$ 4,25 para R$ 2,90 e, agora em 2019, a confirmação de que esse valor será novamente diminuído para R$ 2,65.

Obviamente, essa redução não se dá porque o sistema é superavitário e sim porque o Município decidiu subsidiar parte dos gastos com a manutenção do TRIAR com recursos do erário. Para este ano, por exemplo, a interferência de recursos da Prefeitura deve chegar a quase R$ 23 milhões. Valor considerável, mas extremamente inferior ao que já se gastou num passado bem recente. Entre 2010 e 2016, por exemplo, injetava-se na perdulária CMTC valores muito superiores ao previsto agora para 2019 e apesar dos valores astronômicos a qualidade do sistema não era diferente daquela que temos hoje.

Naturalmente, frise-se, passagem mais barata, isenção para estudantes e mães de crianças matriculadas nos cmeis, passagem domingueira, entre outros, faz com que mais pessoas procurem o sistema e, como organismo vivo que é, isso exige que a responsável pelo TRIAR procure readequar constantemente linhas e horários de ônibus. E, como não poderia deixar de ser, isso gera reclamações de alguns e elogios de outros. E nem poderia ser diferente. Aqueles que perdem o coletivo porque a linha passa cinco minutos mais tarde não vão gostar da mudança. Aquele, no entanto, que pegava o próximo ônibus porque não conseguia chegar mais cedo cinco minutos e que agora poderá pegá-lo, ficará satis­feito e assim por diante.

Da mesma forma, alterações num organismo tão sensível como o transporte coletivo sempre farão com que, dependendo da alteração, algumas linhas encham mais e outras menos. O segredo aí para – dentro das possibilidades – mitigar esses problemas é ter uma mantenedora atenta, que viva o dia a dia do sistema e esteja sempre pronta para readequar o que for necessário, mas que também saiba que – como o próprio nome diz – o transporte precisa ser pensado de maneira coletiva, jamais individual. Ou seja, tem que ser estruturado para atender ao maior número de pessoas, garantindo-se – claro – que a locomoção seja feita sempre com qualidade.

Publicado na edição 1152 – 28/02/2019

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