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URRA! garante muita expressão artística
A 10º edição, do ano passado, superou as expectativas da plateia

O Movimento URRA! começou em 2003 como uma forma de unir as bandas de Araucária que queriam um espaço para mostrar seu trabalho. Naquele ano, cinco bandas (Cavanhaque Solitário, Anônimos do Rock, Black Sunday, Tróia e Fervet Opus) tentavam uma data para show no Teatro da Praça e, por haver apenas um final de semana disponível, acabaram se unindo para organizar um único festival. “Durante a organização do evento fomos percebendo que apesar de serem cinco bandas totalmente diferentes, todas lutavam por um mesmo ideal, haviam passado pelas mesmas dificuldades e enfrentado os mesmos preconceitos. Além disso, foi criando um laço de amizade muito forte entre os integrantes, fomos percebendo que trabalhando juntos éramos mais fortes, pela primeira vez éramos ouvidos, levados a sério, daí veio o conceito de ‘unir para resistir’. Vimos muitas bandas morrendo na praia por nadarem sozinhas, surgiu então o movimento URRA! União Resistência Rock Araucariense!”, explica Pedro Sfendrych, que salienta que fizeram questão de colocar o ‘araucariense’ no nome, já que muitas bandas tinham vergonha de dizer que eram daqui.

Desde então, já são 10 anos de estradas e conquistas e, em comemoração, nesse ano, vai ocorrer uma edição especial, apresentando as bandas novas da cidade. Nesse sábado e domingo, dias 10 e 11 de agosto, sobem ao palco do teatro da Praça as bandas: Affection for You, Romeu e Juliana, e Stellium (no dia 10), e Quart, Chiwitz e Cobaias Rock Clube. Além disso, o URRA! Tem a tradição de abrir as cortinas para quem quiser mostrar para que veio: “No URRA! o público sempre participa, eles são peças fundamentais para a qualidade de qualquer evento. Os melhores eventos que tivemos até hoje foram os que conseguiram unir boas atrações a um bom público e não falo de quantidade, um bom público para mim é aquele aberto a todas as possibilidades que o evento pode trazer. Aquele modelo de público que vai a um show de rock esperando apenas rock’n ‘roll, para mim, é um modelo vencido. Para o URRA!, assim como eu espero novidade no palco, também espero muita novidade na platéia. Essa renovação é extremamente salutar e a mescla de gerações é fundamental para a continuidade do nosso trabalho”, explica Pedro.

Conquistas do movimento
Para se chegar a XI edição, foi necessária muita caminhada, porém caminhada de sucesso, se não, até aqui o URRA! não chegava. Dentro disso, muitas vitórias foram abraçadas por essa turma: “Nossa principal conquista é o fomento a produção cultural da cidade. É uma escalada muito complicada para as bandas novas, porque a indústria cultural é um grande funil que não gosta de dar espaço para o que não é garantido. Por exemplo, barzinhos e casas de show dificilmente abrem espaço pra bandas que não fazem covers de outras bandas famosas, então mostrar o trabalho autoral, as músicas próprias, é muito difícil, porque simplesmente não tem espaço pra isso. E isso é reflexo do próprio público, muitas vezes, que prefere ver cover de uma banda consagrada do que conhecer uma banda nova local” afirma Everson Santos, integrante do movimento.

Conforme ainda afirma, a divulgação do trabalho das bandas também é bastante complicada, já que se não tem show, não tem público: “A gravação de qualidade de um material demo é cara, tem que ser feita em estúdios capacitados e nem sempre os músicos iniciantes possuem verba pra isso. O URRA! busca desde o início fomentar também essa criação autoral, fazer com que as bandas assumam o ‘fazer música própria’, que, mesmo sendo um caminho mais difícil, é com certeza muito mais honesto com as suas raízes e mesmo com o seu público. É importante destacar também que, desde o começo, o movimento não foi só de músicos e bandas, ele sempre foi aberto às outras formas de manifestação artística. Nos eventos, sempre houve apresentações de teatro, poesia, artes plásticas em exposição, performances, dança, e outros. O URRA! sempre buscou fomentar a criação artística como um todo, fazendo de seus eventos uma grande celebração da arte”, explica.

Seleção
Para os organizadores, o URRA! XI representa o início de um novo ciclo: “Dez anos se passaram e a ideia era marcar esse inicio com uma energia parecida com a que tivemos lá no começo, por isso optamos por convidar ‘jovens bandas’ que, ao meu ver, vinham se destacando individualmente. Outro critério também foi o de nunca terem tocado no URRA!. Eu espero que esta seja uma semente e que estas bandas venham a produzir juntas cada vez mais. É muito legal pra nós podermos dar as condições necessárias para que pessoas de grupos diferentes venham a trabalhar juntas. Que públicos diferentes venham assistir juntos coisas novas, eu realmente espero que esse evento renda muitos frutos num futuro próximo.

Serviço
Data: 10 e 11 de agosto
Horário: abertura da bilheteria: 18:30 horas
Ingresso: R$ 5,00 ou 1 Kg de alimento não perecível
Local: Teatro da Praça
Rua São Vicente de Paulo, 1091.
 

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