Zezé se agarra “no trono” e não quer discutir transição
 

Ao contrário do que está acontecendo em Curitiba, ao que parece, o processo de transição de governo em Araucária não deve ser facilitado pelo prefeito Albanor José Ferreira Gomes (PSDB). Esta semana, por exemplo, ele informou por meio de ofício encaminhado a este periódico que não formará a equipe de transição enquanto não forem julgados recursos interpostos por ele junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ofício, (veja reprodução ao lado) assinado pelo secretário de Governo, João Lincoln Ferreira Gomes, que também é irmão de Zezé, tem poucas linhas e argumenta que “não é possível no momento conceber a referida equipe (de transição), uma vez que o resultado da eleição para prefeito ainda está sendo decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral”.

A justificativa dada pelo secretário de Governo, no entanto, não é das mais corretas. Isto porque não há qualquer processo tramitando junto ao TSE questionando o resultado das eleições municipais de 7 de outubro, sendo que, inclusive, o juiz eleitoral Carlos Alberto Costa Ritzmann, já até promulgou os vencedores do pleito em audiência pública. Se houvesse processos questionando o resultado das eleições, o magistrado não poderia ter feito isto.

O que existe em Brasília são recursos eleitorais interpostos por Zezé questionando o deferimento do registro de candidatura do prefeito-eleito, Olizandro José Ferreira (PMDB) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), bem como a cassação do seu próprio registro pela mesma Corte. Esses recursos, porém, até o momento, não acabam com o fato de que há um prefeito-eleito, no caso, Olizandro.

Sem obrigação
Embora a formação de uma equipe de transição seja sinal de maturidade política e de que a disputa eleitoral acaba no dia da eleição, é bom deixar claro que Albanor não é legalmente obrigado a aceitar um processo de transição. Regras para nortear a passagem de bastão na administração pública, aliás, são objeto de vários estudos e até projetos de lei na Câmara Federal. Entretanto, infelizmente, até agora nenhum deles virou lei.

Sem comunicação oficial
Questionado sobre o ofício encaminhado pela Prefeitura ao O Popular, o prefeito-eleito disse que até o momento não recebeu qualquer resposta oficial vinda de Zezé. Mesmo lamentou que ele esteja se recusando a nomear uma equipe de transição. “Esta equipe, acima de qualquer coisa, tem como objetivo tomar pé da situação atual da Prefeitura para que a partir de 1º de janeiro nenhum serviço essencial à cidade e à sua população sofra qualquer tipo de interrupção. A eleição acabou em 7 de outubro, deveríamos agora é parar com picuinhas políticas e nos concentrarmos em fazer de Araucária um lugar melhor para todos nós. Eu, particularmente, estou com este intuito”, finalizou.