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Muitos ainda não entendem que a obesidade é uma doença. Alguns pacientes chegam ao consultório com baixa auto estima se culpando pelo excesso de peso. De certa forma são nossas escolhas que nos tornam susceptíveis à essa doença, mas temos que considerar muitos outros fatores. A obesidade é uma doença multifatorial, que envolve causas genéticas, metabólicas, comportamentais, psicológicas e sociais. Costumo dizer ao paciente que a preocupação e o “tratamento” da obesidade deve ser praticado por aqueles que estão acima do peso e também para os que não estão. Explico: dados da OMS apontam um aumento da obesidade em praticamente todos os continentes. Desde 1975 a doença triplicou entre os adultos e quintuplicou entre as crianças. Hoje já temos 650 milhões de pessoas afetadas por essa doença. Segundo o IBGE, no Brasil 60,3% da população enfrenta problema com o peso e o índice de obesidade (IMC maior que 30) chega a 26,8%. É um índice alarmante quando pensamos que a cada 2 brasileiros 1 esta acima do peso e 1 a cada 3 sofre com obesidade. Então temos que entender que o estilo de vida atual facilita o desenvolvimento da obesidade. Jornada de trabalho longa, tempo de deslocamento diário, tempo de sono encurtado, facilidade em acessar calorias (geladeira e dispensa cheia de alimentos), fast food pelo celular, alimentos ultraprocessados, enriquecidos com muitas calorias e baixo teor nutricional. Associado ao fator alimentar estamos realizando menos atividade física. O lazer é na frente das telas. Vamos levando a vida e quando percebemos estamos acima do peso e consequentemente doentes. Não podemos mudar a condição genética, mas podemos ajustar a condição metabólica, escolher melhor os alimentos, optar por uma vida mais ativa, criar uma rotina de sono, organizar a vida social e por fim, manter a disciplina para viver com mais qualidade de vida, de forma saudável e consequentemente livre da obesidade. Tenho certeza de que não é fácil, mas é possível. Fazendo melhores escolhas e mantendo a disciplina servimos de exemplo para as crianças e isso pode fazer toda a diferença no futuro. Já pensou nisso?

Texto: Dr. Alan Nolla – Cirurgia Bariátrica – CRM 24064

Publicado na edição 1288 – 18/11/2021

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