A Igreja Católica, que significa universal, foi fundada sob o trabalho árduo e destemido dos apóstolos, por isso ela é Apostólica. Todos eles foram ardorosos anunciadores do evangelho de Jesus, sendo mortos como mártires, menos João. Alguns deles partiram logo após a morte de Jesus, dando a vida por Jesus até as últimas consequências. O único que morreu de morte natural foi João, que, segundo apontam as fontes, teria vivido até os noventa anos. Mas, dentre todos eles, se destacam os dois baluartes da boa nova: Pedro e Paulo. Pedro foi um dos primeiros a serem escolhidos por Jesus, que, deixando tudo, o seguiu. Paulo não faz parte dos doze, mas, desde o momento de sua conversão, tornou-se modelo de missionário.

Pedro e Paulo foram duas figuras fundamentais no início do cristianismo, que, de formas bem diversas, anunciaram com esmero e paixão ao evangelho de Jesus. Pedro, de origem judaica, quis manter a princípio a tradição que provinha da sua crença, onde se impunha a circuncisão e a proibição de comer carne de porco, considerada impura. Paulo, grande defensor dos cristãos provenientes do paganismo, a ponto de ser chamado o apóstolo dos gentios, se opunha a essa prática. Essa situação teve um desdobramento um tanto perigoso, a ponto de convocarem o primeiro concílio da igreja, em Jerusalém, em torno do ano 50. Com muito diálogo e guiados pela ação do Espírito Santo, eles conseguiram contornar essa situação. Poderia ter acontecido um cisma na Igreja, já no seu princípio, mas, movidos pelo Espirito Santo, chegaram a um bom termo.

Pedro foi escolhido por Jesus para ser aquele que iria guiar a Igreja, tornando-se assim o primeiro papa. Um homem movido pelo amor ao Mestre, que teve suas fraquezas em momentos difíceis a ponto de negar o Senhor. Mais tarde, antes de partir, Jesus confia a Pedro as chaves do céu. Até hoje costumamos dizer que São Pedro ainda mantém as chaves em suas mãos. Foi um apóstolo corajoso, totalmente identificado ao projeto de Jesus, levando a sua boa nova com muita paixão. Foi preso diversas vezes, mas, em nenhum momento sentiu-se perturbado ou desanimado, pelo contrário, orgulhava-se dos sofrimentos que lhe eram impostos em nome de Cristo. Morreu em Roma, sob uma cruz, com a cabeça virada para baixo. Dizia ele que não era digno de morrer do jeito que Jesus foi crucificado. A Basílica de São Pedro em Roma, tendo a praça de São Pedro à sua frente, é um dos locais mais visitados no mundo.

Paulo, convertido ao cristianismo, depois de ter sido um perseguidor implacável, foi um apaixonado missionário dos gentios. Fundou diversas comunidades por onde anunciava o evangelho. Deixou escrito 13 cartas de ânimo, de encorajamento, de entusiasmo e de orientação às comunidades por onde ele tinha passado. Um profundo apaixonado por Jesus, a ponto de dizer: ‘o meu viver é Cristo; o resto é lixo’. Foi perseguido, caluniado, açoitado, preso diversas vezes, tendo passado situações muito adversas no meio do mar. Nada e ninguém o impediu de continuar anunciando a Jesus e o seu evangelho, com muita alegria. Morreu em Roma, tendo sua cabeça degolada e. segundo as narrativas históricas, pulando três vezes, brotando dali três fontes.

Juntos digamos: Viva São Pedro e Viva São Paulo, alicerces da Igreja!

Edição n.º 1471.