A vida é como um trem em movimento, cujo maquinista é Deus e nós somos os seus passageiros. Um dia iniciamos essa viagem, mas, não sabemos quando chegaremos ao seu final. Todos viajamos; uns viajam poucos meses, outros alguns anos, e, tem aqueles que passam de 100 anos viajando nesse trem da vida.

Mas, mais cedo ou mais tarde, o trem para e o maquinista nos avisa: ‘chegou ao final a sua viagem. Pode descer’. Uma viagem carregada de tantas situações boas, outras más; de alegrias e tristezas; de vitórias e derrotas; de conquistas e perdas. É simplesmente impossível que alguém passe durante essa viagem, ileso de problemas, de adversidades, de situações tristes e inesperadas. Mas, por outro lado, envolvido por realidades maravilhosas e inesquecíveis. Assim é vida, que passa rápido, pois, é apenas uma viagem que teve um dia o seu início e um dia terá o seu final. Por mais difícil e dolorosa que seja, dificilmente alguém gostaria de antecipar o final da sua viagem. Mas, mais cedo ou mais tarde, ela acontecerá.

Diante da certeza da brevidade da nossa vida aqui na terra, convém refletirmos sobre aquilo que é essencial durante essa viagem. Dizia um santo, que as coisas mais importantes são aquelas que levaremos conosco para a eternidade. Naturalmente, deixaremos por aqui tudo aquilo que é material, pois, essas coisas pertencem às realidades terrenas. É evidente que precisamos lutar para termos uma vida digna enquanto estivermos por aqui, mas, sem nos apegarmos de modo egoísta e ganancioso. No fundo, nada nos pertence, mas está apenas a nosso dispor enquanto estivermos peregrinando neste mundo. As coisas essenciais pertencem às esferas do alto, ou seja, o amor, a gratuidade, a partilha, a solidariedade e tudo isso nós levaremos conosco e nos uniremos com Aquele que é essencialmente amorou seja, o nosso Deus.

Nesse dia dedicado aos nossos amigos e familiares que nos deixaram e tantos outros que já partiram dessa vida, somos convidados a rever nossos gestos e atitudes no cotidiano de nossa existência.

Levaremos conosco o amor que tivermos semeado nessa terra e nos uniremos ao amor eterno. Se as pessoas parassem para pensar na brevidade da vida, certamente seriam muito mais humanos e fraternos. Muitos agem, se relacionam com os outros e com os bens terrenos, como se fossem eternos aqui na terra. Vivem fechados em seu mundo, incapazes de partilhar e de pensar no bem do outro. Outros, pelo contrário, estão sempre prontos para ajudar, servir, fazer o bem na gratuidade. Podemos dizer quem age assim, crê na vida eterna.

Como será a outra vida? É uma pergunta sem resposta, pois, estamos no campo do mistério. Somente o dia em que iremos para o lado de lá, conseguiremos desvendar esse grande mistério. Mas, para nós que cremos em Jesus e procuramos viver de acordo com os seus ensinamentos, ele nos garante: ‘eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá; quem crê em não morrerá jamais, mas, viverá eternamente’. Essa é a certeza que Jesus nos deixou e, nós que cremos na vida eterna, procuramos viver de acordo com a boa nova do seu evangelho. Tantos creram e foram salvos; nós que cremos, também seremos salvos. Jesus garantiu a Pedro que quem deixa tudo para segui-lo já recebeu o cêntuplo aqui na terra e mais a eternidade. Somos chamados a repetir diariamente: eu creio Senhor, eu creio na vida eterna.

Edição n.º 1489.