Médico dedicou cinquenta anos de sua vida aos pacientes e faleceu aos 91 anos vítima de complicações do Alzheimer
No dia 14 de janeiro Araucária perdeu uma das figuras mais ilustres da sua história, o médico obstetra Amur Ferreira, que faleceu aos 91 anos, após ter grande parte de sua vida – mais de 50 anos – dedicada à Medicina.
Exerceu sua profissão até o ano de 1999 e realizava cerca de 50 partos por mês no Hospital São Vicente de Paulo, onde atuava. Foi pelas mãos do Dr Amur que mais de 15 mil crianças vieram ao mundo. “Ele cuidava muito bem dos seus pacientes e mesmo para aqueles que não tinham condições, jamais negou atendimento. A Medicina para ele foi um sacerdócio”, relata o filho Cid Ferreira, que também é médico ginecologista e obstetra.
Ele e seus três irmãos, Amur Ferreira Junior, Rogério Vinícius Ferreira e Jocire Cris-tiane Ferreira, também vieram ao mundo pelas mãos do Dr Amur, em casa.
Numa época em que não existiam tantos recursos para diagnosticar as doenças, Dr Amur se destacava com o seu olho clínico. “Quando uma mulher ia dar à luz nas regiões do interior, meu pai ia até o local a cavalo ou montado nas carroças e fazia questão de ficar acompanhando o estado de saúde da gestante até ela ficar bem”, conta Dr Cid. Ele diz ainda que até as parteiras recorriam ao Dr Amur quando o parto complicava.
Homenagens
O exemplo de vida do Dr Amur rendeu-lhe muitos títulos e homenagens. Em 1950 recebeu da Associação Beneficente São Vicente de Paulo o diploma de Bem Feitor pelos relevantes serviços prestados à comunidade arau-cariense. Em fevereiro de 1985, pelos relevantes méritos de Mestre, foi Cidadão Benemérito e em setembro de 1992 emprestou seu nome para batizar o Núcleo Integrado de Saúde – NIS III.
Quando completou 50 anos de carreira, Dr Amur recebeu uma homenagem da Associação Médica do Paraná e do Hospital São Vicente de Paulo. Também foi chefe do Distrito Sanitário de Araucária, o chamado Postão, entre os anos de 1945 e 1981.
“Amur era muito querido por todos e até já perdi a conta de quantos afilhados de casamento e batizado nós temos”, conta a viúva Ivette Ferreira.