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Arritmia cardíaca: entenda a condição que matou o jogador uruguaio

Arritmia cardíaca: entenda a condição que matou o jogador uruguaio
Foto: Divulgação

A morte do zagueiro Juan Izquierdo, do Nacional-URU, durante um confronto com o São Paulo, pelo jogo de volta das oitavas de final da Conmebol Libertadores, aumentou a curiosidade da população sobre as arritmias e suas possíveis consequências. O jogador passou mal e caiu em campo na quinta-feira (22/08) e faleceu no hospital na terça-feira (27). De forma geral, nosso coração bate mais lentamente durante o repouso e em ritmo mais acelerado em situações de maior esforço ou emoção. Em algumas pessoas, entretanto, os batimentos cardíacos podem sair do compasso, e isso se chama arritmia.

Para entender melhor esse distúrbio do ritmo cardíaco, o Jornal O Popular conversou com o cardiologista Dr Hussem Osman Kader, da Clínica São Vicente. Ele explica que na maioria dos casos, a arritmia cardíaca é assintomática, mas em algumas pessoas, pode sim provocar sintomas como palpitações, dor torácica, desmaios. Porém, o fato de a pessoa não estar sentindo nada, não isenta a possibilidade de ela ter uma arritmia cardíaca.

“Não temos como estabelecer a diferença entre uma situação corriqueira, onde sentimos cansaço ao subir uma escada ou ao correr, para um quadro de arritmia cardíaca, sem fazer alguns exames específicos. Teríamos que fazer um eletrocardiograma no momento em que a pessoa está fazendo esforço para saber diferenciar. O ideal é pedir um teste ergométrico, onde a pessoa estará sendo monitorada caminhando, andando mais rápido ou correndo, para ver se o coração apresenta alguma alteração. Se aparecer arritmia cardíaca o médico identificará através do eletro que está no monitor do computador. Diferenciar sem fazer exames subsidiários é mais difícil”, ilustra.

No caso do zagueiro Izquierdo, onde cogitou-se que há 10 anos ele foi diagnosticado com arritmia leve, o cardiologista afirma que existe essa condição de a pessoa ter uma alteração menos significativa nos batimentos cardíacos. “As arritmias são classificadas em vários graus: temos a discreta, moderada, e de alto grau. Se o jogador tinha uma arritmia discreta, não era garantido que 10 anos depois ela pudesse ter mudado de grau. É difícil opinar sem conhecer a condição clínica do atleta e quais os acompanhamentos que vinha tendo. Mas podemos afirmar que uma arritmia de pequena intensidade pode evoluir para grande intensidade em algum momento da vida”, explica.

Exames importantes

Para prevenir ou mesmo detectar doenças do coração, mais especificamente uma arritmia, o paciente precisa fazer três exames fundamentais: o ecocardiograma, que avalia a estrutura cardíaca, o Teste ergométrico, que detecta uma possível arritmia, e o Holter, que durante 24 horas monitora os batimentos cardíacos.

“Se uma pessoa tem arritmia e seu ecocardiograma mostra alguma alteração na estrutura do coração, seu prognóstico não é muito positivo, já se o exame mostra que está tudo normal, sua arritmia tende a ser benigna. No caso do teste ergométrico, o paciente será submetido a um esforço monitorado e seu coração será constantemente avaliado durante o exame para detectar ou não uma arritmia. E o Holter é um aparelho instalado no paciente, que fica sendo monitorado durante um dia todo, para saber se seus batimentos apresentaram alguma alteração que possa sugestionar uma arritmia. Com todas essas informações o médico consegue estabelecer um tratamento mais adequado ao paciente e até eventualmente usar um antiarrítmico”, detalha o cardiologista.

Edição n.º 1431.

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