Ato antirracista e antifascista em Curitiba e por que estamos vivendo um caos

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

A polícia norte-americana, acostumada com a impunidade, pode até ter achado que George Floyd seria apenas mais um negro assassinado pelo braço armado do Estado. Ou melhor, joelho. Mas, os tempos são outros e há uma população antirracista nos Estados Unidos e em outros países que está disposta a ir à luta para dizer um basta ao racismo e a violência policial, mesmo durante a pandemia de Covid-19.

Um desses países é o Brasil, onde um jovem negro morre a cada 23 minutos, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Recentemente, no Complexo do Salgueiro (RJ), a população pode ver, estarrecida, as notícias sobre o assassinato do menino negro João Pedro Mattos, de 14 anos, que estava dentro de casa quando foi baleado por uma ação das polícias Civil e Federal em 18 de maio.

Além de João ter sido assassinado pela polícia, a família teve que procurar seu corpo por 17 horas em uma peregrinação feita em hospitais do Rio de Janeiro. A casa da família do menino foi alvejada por mais de 70 tiros. O crime do garoto? Ser negro. João estudava muito, não tinha passagem pela polícia, fazia planos para o futuro.

Toda essa situação gerou uma revolta no Brasil. Principalmente, uma revolta por parte daqueles que sentem na pele o que é ser negro e favelado em nosso país. Como se não bastasse, um presidente da República que continua proferindo discursos racistas e fascistas. Um “superministro” da Economia que chama servidores de parasitas. Um ministro do meio-ambiente que incentiva queimadas na Amazônia e um ministro da Educação que declarou seu ódio aos povos indígenas em reunião ministerial.

Somado a isso, o trabalhador brasileiro passando fome em meio à pandemia porque o desgoverno trava o auxílio emergencial e o superministro diz que não vale a pena socorrer os pequenos empresários. Dinheiro em momento de crise? Só para os bancos.

O último final de semana mostrou um avanço do nazismo no Brasil, fomentado por grupos que apoiam e são apoiados por Jair Bolsonaro. Na madrugada do último domingo (31), bolsonaristas fizeram um ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) com elementos da Ku Klux Klan, uma seita que perseguiu e matou negros, e depois também passou a perseguir judeus, imigrantes e católicos.

Todas essas atitudes autoritárias, fascistas, nazistas e antidemocráticas somadas à crise instalada no Brasil gerou uma revolta do povo que não aguenta mais ser oprimido e assassinado pelo Estado. As manifestações e atos ocorridos no domingo, em São Paulo e Rio de Janeiro, e na segunda-feira (1º) em Curitiba, são reações à violência do Estado. A mensagem das ruas é clara: Vidas Negras Importam, o fascismo será destruído e Bolsonaro não pode mais ser presidente.

O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (SISMMAR), coerente com seus princípios de luta e solidariedade de classe, vem a público declarar apoio às manifestações antirracistas e antifascistas em Curitiba e outros estados. O Estado optou por instaurar o caos e o atentado à democracia no país. A voz dos que querem o fim do genocídio da população preta e do governo Bolsonaro precisa ser ouvida de qualquer forma. Este é o maior recado das ruas.

Publicado na edição 1215 – 04/06/2020

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