Através desta carta, nós professores que lecionamos nas turmas de 6º ao 9º ano nas escolas municipais de Araucária, esclare­cemos os fatos que estão ocorrendo conosco e pedimos seu apoio:

Está em curso um plano para acabar com as turmas de 6° ao 9° ano em nossa cidade. A cada ano de gestão deste governo novos ataques aparecem:

– 2013: Congelamento da carreira dos professores.

-2014: As escolas Davi Carneiro e Fonte Nova foram entre­gues ao Estado.

– 2015: Ameaça de entrega de novos prédios e turmas ao Estado. Somente com a mobilização de pais, a estadualização das turmas de 6º ano não ocorreu.

– 2016: Agora a tentativa é atribuir 20 aulas por professor a cada turno. Sobrecarregando os profissionais e colocando em risco a qualidade do trabalho.

Hoje cada professor tem até 15 aulas. Na maioria das escolas, apenas um professor de cada disciplina assumirá todas as turmas. Os demais terão que dar aulas em três ou quatro unidades. Traba­lharão no limite do desgaste físico e emocional.

A intenção da prefeitura é economizar. Mas essa crise financeira que alegam ocorrer em Araucária, uma das cidades mais ricas de nosso estado, não é culpa dos professores. Mas de anos de má gestão do dinheiro público. Não podemos pagar essa conta.

As aulas de 2016 foram defi­nidas no final de 2015, através de uma lei municipal que estabelece critérios para a escolha de vagas. E agora no mês de abril de 2016, somos obrigados a abandonar nossas turmas e assumir outras em escolas diferentes.

Queremos que a Secretaria de Educação organize a rede de ensino, sem ferir a lei federal n° 11.738, em vigor para todo o país desde 2009, que garante a ampliação do tempo destinado à hora-atividade para todos os professores e a regulamentação das nossas horas-aula.

A prefeitura precisa regularizar a situação e enviar um projeto de lei para a Câmara de Vereadores. A ampliação do número de aulas, sem a garantia de tempo para prepará-las é uma afronta aos nossos direitos e às leis vigentes em todo o país.

Não vamos aceitar que a administração promova o adoecimento e tente expulsar os professores da rede pública com este tipo de ataque. Não abriremos mão de nossos alunos!