Casa da Cultura – fragmento da memória local

Desfile do corso em frente ao atual prédio da Casa da Cultura. Carnaval de 1924
Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email
Casa da Cultura - fragmento da memória local
Desfile do corso em frente ao atual prédio da Casa da Cultura. Carnaval de 1924

 

A casa como espaço da vida privada, pode conter inúmeros cenários que possibilitam o estudo da história do cotidiano, pois se encontra inserida na memória coletiva de um grupo, bairro ou cidade. Uma casa, seja ela qual for, tende a durar, e assim torna-se testemunha da vida em sociedade ao longo do tempo.

Em Araucária, ainda existem algumas charmosas edificações, simbólicas e emblemáticas, que resistem ao tempo ao menos desde meados do século XIX e que povoam o imaginário da população.

Se você é daquelas pessoas que repara neste tipo de arquitetura e que quando passa em frente a uma casa antiga, fica imaginando quem teria morado ali, quem a teria construído de uma maneira tão especial e com tão ricos detalhes, você já deve ter reparado na casa que nos dias atuais é a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – mais conhecida como Casa da Cultura.

De acordo com o Jornal “A notícia de Araucária” de maio de 1992, em 1887 chegou para servir na Paróquia do Iguaçu da então Vila de Araucária, o Padre José Soja, natural da Polônia, província da Galícia. Sem acomodações na Vila, ficou instalado na Colônia Thomaz Coelho até 1895, quando sua casa na área central ficou pronta. O Padre Soja usufruiu da casa como morada e também capela improvisada enquanto se construía a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios.

Casa da Cultura - fragmento da memória local
Em 1981. Foto de José Bueno

Em 1904, o Padre Soja veio a falecer e em seguida seus herdeiros venderam a casa para o Senhor Bernardo Vallentini que permaneceu como seu proprietário até 1924, quando a vendeu para o Senhor Darville Salomão Saldanha, que a utilizou como sede da coletoria federal. Depois de vinte e seis anos, o Senhor Darville vendeu a casa à Maria Alves Pinto e Olga Alves Pinto que a compraram em conjunto com o irmão Reynaldo Alves Pinto. Durante a década de 1970 e início de 1980 os irmãos a mantiveram locada para escritório contábil e de advocacia na parte térrea, enquanto Olga morou na parte superior.

Em 28 de janeiro de 1981, deu-se o tombamento histórico da casa pelo Decreto nº 2582/1981, sendo que sua transferência ao município se deu em 26 de agosto de 1981.

De arquitetura típica imigrante, com um pavilhão construído em alvenaria de tijolo, sendo o sótão, ou andar superior, com camarinhas e a cobertura de duas águas com telhas de tipo alemãs, a casa já passou por algumas reformas e revitalizações, sem alterar sua forma original.

Permanecendo como sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo desde 1991, a casa se constitui em símbolo concreto de nossa sociedade, pois permanece na paisagem refletindo valores e expressões culturais diversas.

Texto: Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono

Publicado na edição 1096 – 18/01/2018

Compartilhar
PUBLICIDADE