Casos de contaminações e lentidão na vacinação reforçam a insegurança na reabertura de escolas

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Esta Coluna é de responsabilidade do Sismmar e não representa necessariamente a opinião do jornal O Popular

Mesmo com todos os indicadores e alertas sobre o risco do retorno das aulas presenciais sem condições sanitárias e sem imunização completa dos trabalhadores, estudantes e suas famílias, o governador Ratinho Jr, alinhado ao discurso genocida de Jair Bolsonaro, optou por arriscar milhares de vidas ao apostar na reabertura dos colégios estaduais desde o mês de maio.

Hoje, o resultado catastrófico já é público e evidente. Pelo menos uma escola, a Escola Estadual Professora Agalvira, já teve que suspender as aulas, e outras duas (Escola Estadual Marilze da Luz Brand e Colégio Estadual Professora Helena Wysocki) estão com aulas suspensas no momento devido a surtos de coronavírus nessas unidades.

Enquanto professores, funcionários de escolas, estudantes e seus familiares estão expostos de forma desnecessária à Covid-19, que já ceifou 490 vidas em Araucária até terça-feira (10), Ratinho Jr segue afirmando na imprensa que o retorno presencial é seguro. Mas, é seguro para quem, governador?

No município, além dos casos de contaminações pelo coronavírus devido à reabertura irresponsável das escolas, ainda há o problema da enorme lentidão no processo de imunização da população e a confirmação da chegada e transmissão comunitária da variante Delta, que é comprovadamente mais transmissível que as demais variantes do SARS-CoV-2 e já está fazendo países com processo de vacinação avançado, como a China e a Austrália, reverem a flexibilização nas medidas de combate ao vírus.

Atualmente, Araucária vacinou apenas 16,02% da população com a primeira e a segunda dose, enquanto 4,35% estão vacinados com a dose única da Janssen. Ou seja, apenas 20,37% da população do município está, de fato, imunizada e também vale lembrar que, em relação à variante Delta, o percentual de imunização das vacinas diminui.

Segundo estudo da Mayo Clinic, dos EUA, seria necessário que pelo menos 75% da população estivesse vacinada para poder pensar em voltar à “vida normal”. Um estudo realizado pelo Butantan na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, também reforçou essa tese, indicando que com 75% de vacinados a pandemia pode ser controlada.

O percentual de vacinados em Araucária com a primeira dose é de apenas 60,14% e tem sido recorrente interromper o processo de vacinação no município devido à falta de doses de vacinas. Mesmo com todos esses fatores e mais a crise hídrica que afeta o município com a falta de água, o prefeito Hissam, assim como Ratinho Jr, também ignorou o pedido dos trabalhadores da Educação e determinou a reabertura das escolas desde o dia 02 de agosto.

Caso ocorram casos de contaminações nas escolas reabertas por Hissam, assim como já está havendo nos colégios estaduais, quem vai ser responsabilizado por isso? Se mais pessoas da comunidade escolar morrerem devido às complicações da Covid-19, quem irá substituir essas pessoas em suas famílias?

Os professores e professoras de Araucária seguem em Estado de Greve pela vida, firmes na luta por um retorno presencial seguro e com todas as condições sanitárias para salvar vidas. Nossas mãos não estarão manchadas de sangue! Basta de genocídio!

Publicado na edição 1274 – 12/08/2021

Casos de contaminações e lentidão na vacinação reforçam a insegurança na reabertura de escolas
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