A professora Celene Aparecida de Vito com os alunos participantes do projeto
As cenas recontadas pelos alunos foram fotografadas para o livro
O que era para ser um simples trabalho escolar sobre narrativas acabou se transformando num projeto bem mais amplo na Escola Nadir Nepomuceno Alves Pinto, no Jardim Maranhão. A professora Celene Aparecida de Vito começou a desenvolver os conteúdos com os alunos do 2º ano, quando teve a ideia de criar o Projeto Reinventando Narrativas.
“Inicialmente abordamos as características de uma narrativa, citamos exemplos de narrativas conhecidas, considerando o conhecimento prévio dos alunos. Em seguida, eles se familiarizaram com os livros que seriam trabalhados como O casamento da Dona Baratinha, Chapeuzinho Vermelho e Branca de Neve”, relata.
Os alunos ouviram diferentes versões das histórias e, em rodas de conversa, novas histórias foram tomando forma. A turma foi dividida em três grupos, para que reinventassem as narrativas e encenassem cada uma delas.
O grupo responsável pela história O casamento da Dona Baratinha escreveu o que foi acordado pela turma, enquanto o restante dos alunos confeccionou o figurino. Em seguida, o texto produzido foi lido em voz alta para que os alunos verificassem se havia coerência nas ideias e o que necessitou de alteração foi reelaborado no coletivo. O título da história foi modificado para: A Barata e o Barato.
Na semana seguinte, os alunos contaram as versões que conheciam da história Chapeuzinho Vermelho. A maioria conhecia a mesma versão, alterando algum detalhe no final da história. Então, foi assistida a animação Deu a Louca na Chapeuzinho, para que se discutisse a respeito das diferenças encontradas entre a animação e a história tradicional.
Os alunos foram encaminhados ao laboratório da escola para que produzissem uma nova versão da história. Para isso, foi utilizado o programa Net Support, que mostra em todos os computadores o que se está escrevendo no computador principal. Os membros do grupo se revezaram para escrever o texto. Enquanto escreviam, os demais observavam em suas telas e verificavam se havia algum erro, bem como sugeriam o que e como poderia ser escrito, se havia separação entre uma palavra e outra e até mesmo a pontuação.
“Ao final, ficou acordado que o título da história seria Chapeuzinho Roxo. O texto foi impresso e lido em voz alta e todos ficaram muito satisfeitos com a produção, batendo palmas’’, conta a professora.
Na terceira semana, os alunos ouviram um áudio da história da Branca de Neve (na versão da Disney) e também a leitura do livro Branca de Neve e as Sete Versões. A dinâmica deste livro foi um pouco diferente das usuais. Os alunos escolheram as próximas páginas a serem lidas, de acordo com a resposta dada para as perguntas contidas no mesmo.
“Cada aluno foi desafiado a escrever sua versão a partir de uma imagem da Branca de Neve com a madrasta. Alguns textos ficaram parecidos, mas a maioria apresentou muita criatividade, utilizando as informações que foram disponibilizadas”, relatou Celene.
Em seguida, cada texto foi lido em voz alta, e um pouquinho de cada história foi aproveitada para construir a versão da turma, que teve como título Branca como a Neve. Esta produção foi realizada no coletivo, sendo que os alunos ditaram o que devia ser escrito e a professora serviu de escriba.
A produção do livro
Finalizadas as produções das três histórias, os alunos encenaram as mesmas para serem fotografados, de acordo com o que foi escrito. “Com estas filmagens eu montei um livro. O material foi encaminhado para uma empresa de fotoprodutos e impresso. Ficou lindo, e, a cada dia, um aluno levou o livro para casa, para que pudesse ser lido para a família”, disse a professora Cilene.
Para ela, os objetivos do Projeto Reinventando Narrativas foram amplamente atingidos, trabalhando a escrita, a leitura, bem como a participação da família na vida escolar dos alunos. “O intuito maior foi dar significado ao conteúdo para que o mesmo tivesse uma função para os educandos e estes se apropriassem do gênero narrativa e desenvolvessem seu aprendizado com maior facilidade, qualidade e prazer”, observou.