Da sala de aula às pistas mais famosas do país
Gustavo precisa tirar boas notas para participar das corridas de kartDa sala de aula às pistas mais famosas do país
Ano passado, o araucariense venceu a Copa das Federações

Era 2009. O araucariense Gustavo Jorge tinha quase oito anos de idade e muita competência. No entanto, não tinha vontade de aprender e nem se dava ao trabalho de aproveitar as aulas. “Eu já tinha reprovado uma vez e ainda não sabia ler nem escrever”, conta o garoto, que precisou transformar seu boletim para seguir um sonho: o de se tornar piloto de kart profissional.

De acordo com Gustavo, que hoje tem 11 anos e um currículo invejável no esporte, tudo começou em uma disputa entre amigos. “Meu pai saiu para andar de kart e eu fui assistir. Só que eu não queria ficar só olhando. Queria sentir como era aquilo. Então comecei a chorar”, conta o garoto. “Para eu ficar quieto, meus pais falaram que se eu aprendesse a ler e escrever, eu poderia pilotar”, recorda o araucariense, que levou a sério o acordo com a família. “Em 20 dias, eu já estava lendo”, comemora o garoto.

Com sua parte do trato cumprida, Gustavo teve seu primeiro contato com o esporte e logo mostrou que tinha talento. “Duas semanas depois que eu subi no kart, eu já estava competindo”, recorda o menino, que é campeão paranaense, catarinense, foi vice-campeão brasileiro e já representou o país no Sul-Americano.

Além dessas conquistas, o garoto teve a alegria de levar o primeiríssimo lugar em uma das provas mais difíceis do país: a Copa das Federações. “O jeito que eu consegui essa vaga foi bem interessante. Eu participei na última etapa do Campeonato Catarinense largando em 10º lugar e acabei chegando em 1º, o que me levou para a Copa. Aí como eu já estava lá, enfrentei os outros 36 corredores e venci!”, recorda o garoto, com um grande sorriso e uma simpatia impressionante.

Viagens x Escola
Com tantas competições dentro e fora do estado, o garoto já teve a oportunidade de rodar o Brasil. “Eu viajo muito, o que é bem legal!”, garante. No entanto, o acordo feito com os pais não parou no momento em que Gustavo leu pela primeira vez. “Nosso combinado é que, se eu for mal no colégio, eles não me levam para treinar. Ainda bem nunca aconteceu”, afirma, aliviado.

Segundo ele, seus boletins não apresentam nenhuma nota vermelha e, desde que começou a pilotar, nunca mais passou pela infelicidade de uma reprovação. “Não é fácil porque eu preciso entregar as atividades da escola antes das viagens e eu também estudo nas férias. Mas tem dado tudo certo e eu nem dou trabalho para os professores!”, brinca Gustavo, que sonha em se tornar um piloto de Fórmula 1 igual ao Ayrton Senna. “Meus pais me incentivam, o que é muito importante, e eu vou treinar muito para conseguir”, finaliza o kartista, que representa a fábrica CRG e as empresa JB Montagens e Manutenção, Wensky Beer e Baragão Turismo.

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