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Descoberta precoce do câncer de intestino aumenta as chances de cura, diz oncologista da Clínica São Vicente

Descoberta precoce do câncer de intestino aumenta as chances de cura, diz oncologista da Clínica São Vicente

A recente revelação de que a cantora Preta Gil está com câncer de intestino acendeu um alerta sobre a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura. Segundo estimativas do Ministério da Saúde, cerca de 22 mil brasileiros e mais 23,6 mil brasileiras poderão ter esse tipo de câncer nos próximos dois anos. “Câncer é um termo que abrange mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas que têm em comum o crescimento desordenado de células, que podem invadir tecidos adjacentes ou órgãos à distância. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. O intestino é dividido basicamente em intestino fino e grosso, sendo o câncer do intestino grosso o mais comum. O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon e no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal”, explica o oncologista da Clínica São Vicente, Dr Brenno Giovanni Hernando Vidotti.

O médico alerta que os casos de câncer de intestino entre pessoas com menos de 50 anos estão aumentando em todo o mundo, principalmente pelos hábitos de vida das pessoas nesta faixa etária. Há o abuso de alimentos processados, abuso de álcool, alimentação pobre em vegetais e falta de exercícios físicos. A incidência da doença é relativamente maior  entre homens, com cerca de 53% dos novos casos. 

Fatores de risco

Entre os fatores de risco para o câncer de intestino, Dr Brenno aponta como causas mutáveis a obesidade, estar acima do peso aumenta o risco de câncer colorretal. Esse risco parece ser mais importante nos homens; o sedentarismo, pessoas sedentárias têm uma chance maior de desenvolver a doença; a dieta rica em carnes vermelhas e carnes processadas, que pode aumentar o risco de câncer colorretal. “Comidas preparadas a temperaturas muito altas (frituras, grelhados ou assados) criam substâncias químicas que podem aumentar o risco de câncer, mas não está claro o quanto isso pode contribuir para o risco da doença. Também não está claro, ainda, se outros componentes da dieta, como por exemplo, certos tipos de gorduras, afetam o risco de câncer colorretal. Ter um baixo nível de vitamina D no sangue também pode aumentar o risco”, explica o oncologista.

O tabagismo também é uma causa mutável, os fumantes são mais propensos a desenvolver e morrer de câncer colorretal do que aqueles que não fumam. Fumar é uma causa bem conhecida do câncer de pulmão, mas também está associada a outros tipos de câncer, incluindo o colorretal. Outro fator de risco é o alcoolismo, o câncer colorretal tem sido associado ao consumo excessivo de álcool. “Limitar o consumo de álcool a 2 doses por dia para homens e 1 dose por dia para mulheres pode ter muitos benefícios para a saúde, incluindo um menor risco de câncer colorretal, sugere o médico.

Entre as causas não mutáveis estão a idade, o risco de câncer colorretal aumenta com o passar dos anos, sendo mais comum após os 50 anos. Outro fator é o histórico pessoal de pólipos adenomatosos ou câncer colorretal. Ter um histórico de pólipos adenomatosos (adenomas) aumenta o risco de câncer colorretal, principalmente se os pólipos são volumosos ou em grandes quantidades. “As pessoas que já tiveram câncer colorretal, mesmo que já tenham sido tratadas cirurgicamente com retirada completa, são mais propensas a desenvolver novos cânceres em outras áreas do cólon e reto. As chances de isso acontecer são maiores se o primeiro câncer colorretal foi diagnosticado quando a pessoa era mais jovem”, ilustra o Dr Brenno.

O histórico pessoal de doença inflamatória intestinal também está na lista. Pessoas que apresentam doença inflamatória intestinal, como colite ulcerativa e doença de Crohn, com evolução de longa data, têm maiores chances de desenvolver câncer colorretal. A doença inflamatória intestinal é diferente da síndrome do intestino irritável, que não aumenta o risco de desenvolvimento da doença. “Temos ainda a questão do histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos. A maioria dos cânceres colorretais ocorre em pessoas sem histórico familiar da doença. Ainda assim, aproximadamente 30% das pessoas que a desenvolvem têm outros membros da família que foram acometidos pela enfermidade. Pessoas com histórico de câncer colorretal ou pólipos adenomatosos em um ou mais parentes de primeiro grau têm o risco aumentado. O risco é ainda maior se esse parente foi diagnosticado com menos de 50 anos, ou se mais de um parente de primeiro grau foi acometido pela doença. As razões para esse risco aumentado não são claras em todos os casos. Ter parentes com pólipos adenomatosos também está relacionado a um risco aumentado de câncer de cólon. Se você tem histórico familiar de pólipos adenomatosos ou câncer colorretal, converse com seu médico sobre possibilidade de iniciar o rastreamento antes dos 45 anos”, sugestiona o oncologista.

Outro fator de risco não mutável são as síndromes hereditárias.  Cerca de 5% das pessoas que desenvolvem câncer colorretal herdaram mutações genéticas que causam a doença. As síndromes hereditárias mais comuns associadas ao câncer colorretal são a síndrome de Lynch (câncer colorretal hereditário sem polipose) e polipose adenomatosa familiar (FAP), mas outras síndromes mais raras também podem aumentar o risco de câncer colorretal, como síndrome de Peutz-Jeghers e polipose MUTYH.

“Pessoas de raça negra têm uma maior incidência de câncer colorretal, mas as razões para isso ainda não são bem compreendidas. Os judeus de origem europeia oriental têm um dos maiores riscos de câncer colorretal quando comparados a qualquer outro grupo étnico do mundo”, complementa.

Tratamento

O tratamento do câncer colorretal é individual para cada paciente, mas pode englobar os principais campos de tratamento oncológico como a cirurgia, quimioterapia e radioterapia, dependendo da localização e tempo do diagnóstico. “importante reforçar que o diagnóstico precoce aumenta muitos as chances de cura. Quando o câncer colorretal é diagnosticado em estágio inicial, ou seja, antes de se espalhar, a taxa de sobrevida em 5 anos é de 90%. Mas apenas 40% dos cânceres colorretais são diagnosticados em fase inicial. Quando o câncer se encontra disseminado, as taxas de sobrevida são evidentemente menores”, diz o médico.

Ele ressalta que aos poucos as pessoas estão mudando o pensamento com relação à importância de exames de rotina. “O ritmo ainda é lento, mas estamos progredindo. Hoje os pacientes sabem da necessidade dos exames de rotina para diagnósticos precoces. E nesse contexto, é importante reforçar a importância de as pessoas se cuidarem, uma vez que até o ano de 2025, os tipos de câncer que mais deverão afetar brasileiros são o de próstata, cólon e reto, traqueia / brônquios e pulmões entre os homens e os de mama, cólon e reto e colo de útero entre as mulheres”.

Serviço

Para agendar uma consulta com o oncologista Dr Brenno Giovanni Hernando Vidotti ou demais especialistas, a Clínica São Vicente está localizada na Rua São Vicente de Paulo, nº 250, no Centro de Araucária. O horário de atendimento é de segunda a sexta das 7h às 22h, aos sábados das 8h às 19h e nos domingos e feriados das 13h às 19h. Os contatos são pelo telefone: (41) 3552-4000 ou WhatsApp: (41) 98780-1440.

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