Dos vestígios do presente para o passado: quais são os caminhos?

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Você já pensou em quanto tempo de sua vida presente usa para manter contato com o passado? Ir ao passado pressupõe uma busca por meio de vestígios do que ficou dele no presente, no qual permanecem os indícios que nos projetam na história.

Quando pensamos na história de um lugar devemos ter em mente que ela não é feita somente de nomes de grandes personagens, empunhando espada, montado a cavalo, ou assinando decisões importantes, mas é feita, em sua essência, por cada um de seus anôni­mos participantes. Cada história particular se conecta com outra, e mais outra, e as vivências vão se costurando, formando uma linda colcha de retalhos, que é a história da cidade. Cada um de nós leva consigo um traço, um sotaque, um costume, um gosto culinário, um saber, uma lembrança envolvendo o lugar onde vive, um jeitinho que nos identifica em nosso modo de ser, e também na formação dessa colcha.

Quantas vezes nos pegamos tendo recordações de outras pessoas a respeito de acontecimentos passados, como se fossem nossas? Lembramo-nos do que nossos avós ou nossos pais nos contaram sobre como era antigamente, sendo que muitas vezes até buscamos aquela foto, aquele objeto que comprove a lembrança! Ou ainda, confirmamos com quem também viveu aquela época da recordação de nossos antepassados!

Pois bem, isso não é um devaneio. É uma necessidade humana, de quem construiu o conceito de tempo e precisa conviver com ele, distinguindo o ontem, o hoje e o amanhã.

Ao escolhermos trabalhar com a história e com o patrimônio histórico e cultural, nos envolvemos profundamente nesse cotidiano que desperta tanta empatia entre muitos de nós. Traba­lhamos com a essência humana de que relembrar o passado passa a ser crucial para nosso sentido de identidade, sem a qual nossa vida ficaria privada de significado.

Na base da construção da história da cidade estão os braços de cada um de seus habitantes. Em cada vida uma lembrança. Cabe a nós, relembradores e desvendadores da história retirar o pó daquilo que ficou no passado, levando-o a conhecimento público, e assim, desvendar esses personagens da história até então anônimos, conhecendo seus rostos, ouvindo o não dito.

A partir de hoje refletiremos aqui um pouco mais sobre esta tarefa, a de desvendar e narrar histórias, esclarecer e conscientizar sobre formas de preservar nosso patrimônio histórico cultural, cuidando e contribuindo, assim, para que se perpetuem ao longo de muitas gerações.

Historiadoras Cristiane Perretto e Luciane Obrzut Ono

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