Entenda os motivos da greve dos professores em Araucária

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Na segunda-feira (02), a Prefeitura convocou o retorno das aulas presenciais para parte dos professores e estudantes da rede municipal de ensino público. Apesar dos alertas sobre a nova variante Delta, dos riscos de contágio e dos apelos devido ao frio intenso, o prefeito Hissam ignorou as tentativas de diálogo com a categoria.

Nossa reivindicação e de toda a comunidade escolar é pela vida. Já existe previsão de uma nova onda do coronavírus em agosto e setembro. Além disso, a variante Delta circula em Araucária, tem um índice de transmissão altíssimo em comparação com as demais variantes e ataca a todos. Inclusive, crianças e adolescentes estão mais vulneráveis ainda por não estarem contemplados no plano de vacinação. A Covid já é a doença que mais mata crianças e adolescentes de 10 a 19 anos no Brasil.

Em meio à volta das aulas presenciais, as capitais Rio de Janeiro e São Paulo vivem atualmente o pior momento de internações para crianças de 0 a 9 anos e, por isso, especialistas já defendem uma atualização dos protocolos sanitários para o enfrentamento da variante Delta. Vale destacar que essa variante já fez vários países voltarem atrás nas medidas de relaxamento do combate à pandemia. Alguns países, como a China, estão com regiões em lockdown novamente.

Os professores e professoras nunca deixaram de trabalhar durante a pandemia. O trabalho entrou em nossas casas e é de lá que temos atendido os estudantes da rede pública, utilizando nossos próprios equipamentos. Muitas vezes, vamos além de nossos horários para garantir o acesso dos alunos.

Nosso pedido é que se respeite o período de imunização dos trabalhadores da educação e que a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação (Smed) providenciem a testagem periódica de toda a comunidade escolar para evitar surtos de coronavírus nas escolas, o que não vem sendo feito. Hoje, quem retorna ao presencial não sabe se o professor, o estudante, o motorista do transporte escolar e funcionários das unidades estão infectados ou não, já que há muitos casos de contaminação em que a pessoa é assintomática.

Também pedimos mais atenção a certos protocolos. As salas de aula carecem de melhor ventilação e as escolas ainda não contam com internet de qualidade, nem computadores suficientes, por exemplo.

Em trabalho remoto, já perdemos diversos professores para a Covid-19 e, infelizmente, esse número tende a aumentar muito com o retorno presencial nesse momento. O colégio estadual Algavira, com menos de duas semanas de retorno, já precisou suspender as aulas do período da tarde em função de suspeita de casos de coronavírus.

Pedimos a compreensão da população. Sabemos que estamos todos cansados, porém resta pouco para podermos realizar o retorno presencial com segurança para todos. Nesse momento, aula segura é aula em casa!

Publicado na edição 1273 – 05/08/2021

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