Os magos sempre desfrutaram de muita popularidade. Desde 150 anos depois do nascimento de Jesus, nos cemitérios cristãos começa a ser reproduzida a sua imagem. Mas os cristãos queriam saber mais detalhes da vida deles. No contexto popular, se diz que são reis, que eram três, um da África, um da Ásia e um da Europa e um era branco, outro amarelo e outro negro e os seus nomes seriam Gaspar, Melquior e Baltazar. Guiados pela estrela, tinham-se encontrado no mesmo ponto e depois teriam percorrido juntos o último trecho que os levaria até Belém. Tinham viajado no lombo de camelos e dromedários. Regressando cada um para sua terra, tendo atingido a respeitável idade de 120 anos, certo dia viram novamente a estrela, partiram e se encontraram numa cidade da Anatólia para celebrar a missa de Natal; no mesmo dia, repletos de alegria, morreram. Suas relíquias deram a volta ao mundo e hoje se encontram na catedral de Colônia, na Alemanha.
Claro, são apenas histórias deste fato que marcou profundamente os cristãos dos primeiros séculos. Antes de tudo, os magos não eram reis. Com relação à estrela, acreditava-se na antiguidade, que, quando nascia uma pessoa destinada a uma grande missão, ao mesmo tempo surgia uma estrela no céu. Esta estrela era o próprio Messias. Apresentando-nos os magos do Oriente que veem a estrela, o evangelista quer nos dizer que finalmente chegou o esperado libertador da estirpe de Jacó. É aquele Jesus que os magos reconheceram e adoraram. É ele a estrela. Mateus vê no episódio dos magos a realização da profecia: guiados pela luz do Messias, os povos pagãos se dirigem para Jerusalém para levar seus dons: ouro, incenso e mirra. A estrela é Jesus, que ilumina todos os homens. Os magos representam os homens do mundo inteiro que se deixam guiar pela mensagem de paz e de amor de Cristo. Eles são a figura da Igreja, formada por povos de todas as raças, tribos, línguas e nações. Fazer parte da Igreja não quer dizer renunciar a própria identidade, não quer dizer submeter-se a uma injusta e falsa uniformidade. Jesus é a estrela que guia todos os povos.
A festa tradicional dos três reis, como ainda é conhecida no meio popular, e que na verdade não eram reis, mas sim, magos, é a grande festa da manifestação da luz. Guiados pela estrela, eles encontram o menino Jesus, envolto em faixas, e reconhecem nele o Menino Deus, enviado para o mundo a fim de salvar a humanidade. Alegres, voltam para sua terra, dando glórias a Deus. Esta estrela que os guia, é o próprio Jesus que veio ao mundo para guiar todos os povos no caminho do bem, da vida, da esperança, através de suas palavras, gestos e ações.
Hoje, nós cristãos, somos chamados a sermos sinais desta luz em nossas próprias vidas. Quando acolhemos Jesus em nosso coração, ao mesmo tempo nós nos dispomos a manifestarmos esta luz aos homens, através do nosso jeito de ser e de viver. Percebemos um verdadeiro cristão através do seu exemplo, que transmite paz, esperança, vida e coragem para o mundo. Se isto não acontece na vida de um cristão, é porque ele ainda não se deixou ser guiado por esta estrela em sua própria existência. Quando brilha dentro de nós esta estrela que se chama Jesus; quando a sua luz invade o nosso interior, ela transforma a nossa vida, renova o nosso jeito de ser e nos torna seres melhores, mais justos, fraternos e mais humanos. Somos nós, os cristãos, chamados a sermos esta diferença que queremos no mundo. Este é o grande significado desta festa que se chama Epifania – a Manifestação da Luz. Desejo que esta luz que se chama Jesus brilhe intensamente em você todos os dias de sua vida.
Publicado na edição 1095 – 11/01/2018