Escolas sem recursos

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Na semana passada, o Sindicato convidou os diretores de escola e cmeis para participar de uma reunião para debater a situação dos professores readaptados, ou seja, debater as funções atribuídas aos professores impedidos de exercer plenamente a docência por questões de saúde. Porém, muitos outros assuntos vieram à tona e revelaram uma realidade cruel para a educação pública de Araucária.

Faltam professores e recursos. A prefeitura vem contratando um número ínfimo de professores, apenas 11 nomeados na semana passada, num processo que tramitava desde março. Inúmeras aposentadorias estão sendo concedidas desde o inicio do ano e a prefeitura não está se planejando para atender os alunos. Cerca de 150 profissionais terão condições de se aposentar até o ano que vem e nenhum sinal de novos contratos.
Os diretores avaliam que, em se tratando de profissionais, o pior está por vir. Ano que vem, por ser ano eleitoral e por “caducar” o último concurso a coisa ficará muito feia no atendimento aos estudantes. A prefeitura aposta no caos para dentre outras coisas, facilitar as contratações de forma precária, como faz o governo do estado através dos chamados “professores PSS”.

Outro problema sério é o inchaço de estagiários, que vêm cuidando sozinhos de estudantes inclusos. A legislação é clara em exigir “profissionais de apoio” e qualquer leigo sabe que estagiários são aprendizes, não podem substituir profissionais. Muitos relatos confirmam que na gestão anterior de Olizandro, o mandato encerrou com muitos Cmeis tendo mais estagiários que concursados atuando nesses locais. O que parece se repetir.

Um outro problema sério são as verbas públicas. Enquanto a imprensa insiste em falar sobre “contribuição voluntária”, se é correto ou não fazer bingos ou festas, se a prefeitura entrega ou não materiais, os diretores reclamam da morosidade na entrega dos pedidos e na execução de pequenas reformas. Para agravar, relataram que sequer a segunda parcela do FNDE, financiamento do governo federal está disponível para o uso.

O Fundo rotativo virou novela. Um “empurra-empurra” da administração, que se restringe a desculpas “burocráticas” para não conceder o recurso às unidades que penam. Muitos diretores se endividaram ou utilizaram recursos do próprio bolso. Não há um diretor ou diretora que afirme não ter feito isso.
Preocupados, não sabem o que fazer para substituir professores, caso novos profissionais adoeçam e se afastem. Nem como tocarão as atividades até o final do ano.

A coisa está feia. Mas para o governo o discurso é o mesmo: o possível está sendo feito. Para as escolas a pergunta é: Quando o necessário será feito? Educação nunca foi prioridade em Araucária, como afirmou a atual secretária de educação. Mas abandoná-la já beira o absurdo do descaso.

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