O uso de júri simulado como metodologia de ensino é uma atividade que engaja os alunos, possibilita o aprofundamento em diversos temas e desenvolve a argumentação.
Nesse cenário, estudantes do terceiro ano do ensino médio noturno do Colégio Estadual do Campo Professora Ana Kava participaram no dia 23 de novembro, de um júri simulado envolvendo um caso de racismo. A aula prática ocorreu durante a Semana da Consciência Negra, dentro da disciplina de Português, do professor Paulo Rogério Diniz Araújo.
Os estudantes estudaram os artigos da Lei 7716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, reuniram-se em grupos de advogados, promotores, juri, testemunhas e réus e no final comprovou-se a agressão e o racismo ocorrido na contenção de um indivíduo negro no interior de um mercado (de nome fictício Supermarket), levando a condenação dos agressores e indenização por danos morais.
Paulo explica que o júri simulado é um gênero textual que está no planejamento do ensino médio e que a ideia surgiu para reforçar a questão do racismo e trabalhar a linguagem jurídica, com objetivo de despertar interesse nas diversas profissões que apresentam a linguagem jurídica. “Os alunos estudaram a Lei e depois criamos uma situação para poder fazer o júri simulado. Usamos o problema das questões raciais já evidenciadas em outros contextos”, relata.
O professor conta ainda que durante o processo, os alunos tiveram que elaborar as teses de defesa e acusação e criaram um vídeo para simular as imagens de circuito interno de um supermercado fictício. Após o vídeo, se dividiram em grupos de advogados, promotores e júri. Assim trabalharam as defesas para a apresentação. “No dia da apresentação o resultado foi melhor que o esperado. Foi interessante a simulação no sentido de incentivar o protagonismo dos jovens por meio de debates, desenvolvendo o senso crítico e o respeito à opinião do outro”, completou.
Edição n.º 1391