Mesmo com suas divergências, Executivo e Legislativo já deram provas de que estão unidos para aprovar “reformas” que retiram direitos fundamentais à classe trabalhadora. A reforma da Previdência é um exemplo claro.
Embora a Câmara de Deputados tenha feito dezenas de alterações no texto-base da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019, a PEC da Previdência, a proposta ainda representa um grande ataque aos trabalhadores e trabalhadoras. Isso porque, caso seja aprovada, a reforma exigirá que o brasileiro trabalhe por mais tempo para receber um valor de aposentadoria menor.
Enquanto isso, a elite, mesmo com a crise econômica instalada no país, sai imune. Os banqueiros e os grandes empresários não serão afetados pela reforma da Previdência, que ignora os R$ 450 bilhões que eles devem ao sistema previdenciário. Pelo contrário, serão beneficiados pelo novo modelo, já que os patrões vão poder explorar ainda mais a classe trabalhadora pagando muito menos.
Quanto aos deputados que apoiam a reforma da Previdência e se posicionaram a favor na votação do texto-base em primeiro turno no Congresso, estes devem R$ 165 milhões ao sistema previdenciário e defendem apenas seus próprios interesses.
Ou seja, de toda a lambança feita pelos empresários e políticos corruptos que culminou na atual situação econômica do país, o único que está sendo cobrado é o trabalhador. O problema não é o modelo solidário de Previdência. O problema não é a expectativa de vida do povo brasileiro ser maior hoje. O problema é que o governo escolheu atacar a seguridade social para, mais uma vez, prejudicar os mais pobres e beneficiar os mais ricos.
Tudo isso com a justificativa de que, aprovando a reforma, o Brasil terá a oportunidade de gerar mais empregos. Essa é uma grande mentira. Mentira como a do ex-Presidente Michel Temer, que dizia que a reforma trabalhista geraria mais empregos, o que hoje é possível perceber que não aconteceu.
O plano do governo federal, aliado os deputados, senadores e empresariado, é fazer com que a classe trabalhadora morra antes de se aposentar. É fazer com que o trabalhador e os mais pobres, que já têm que se virar com o pouco que ganham no Brasil, percam seus direitos conquistados em lutas históricas. Pois, é isso o que o Presidente quer dizer quando pergunta se o brasileiro quer mais direitos ou mais trabalho.
A luta é para que haja mais emprego e com direitos trabalhistas respeitados pelos patrões!
O modelo solidário de Previdência é saudável. O que não é saudável é a união dos políticos corruptos, milicianos e nepotistas com o empresariado que sonega imposto e quer lucrar às custas do sangue e do suor do trabalhador.
FIRMES!
Publicado na edição 1173 – 25/07/2019