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“Foram cinco minutos de burrice”
Dívida financeira fez Fátima perder o controle ao discutir com a amiga, que disse que negava pagar

Com os pés sujos da terra que usou para enterrar o corpo de Angelita Mordzim Ribas, 30 anos, Fátima da Silva Severino, 42 anos, sentada na escada da cozinha de sua residência, olha para a ação policial no local em que o crime ocorreu e se lamenta pelo que diz ter sido um momento de burrice. “Tudo isso por causa de um carro, perdi o controle, foram cinco minutos de burrice que fizeram isso acontecer. O que vai ser dos meus filhos?”, se indaga no meio de um choro escasso.

Fátima matou Angelita a facadas no quintal de sua casa na tarde de terça-feira,16, na Rua João Pilak, no Costeira. O motivo, segundo a autora do crime, foi uma desavença motivada por uma dívida. “Eu comprei um carro para ela em meu nome, mas ela estava devendo prestações. Acho que, de cinco parcelas, ela só tinha pagado duas. Aí ela veio aqui em casa, eu cobrei e ela disse que não ia devolver o carro”, afirmou. Assim, a conversa virou discussão e, em seguida, agressão física.
 

“Foram cinco minutos de burrice”

Crime
De acordo com o depoimento dado à Polícia Civil, Fátima afirmou que Angelita chegou à sua casa, perto das 15h30, já agitada, gritando, pois a dona da residência não teria se comportado bem no enterro de sua avó. A briga se estendeu e acabou caindo no assunto da dívida. Angelita teria dito que não ia devolver o carro e que ainda ia passar na frente da primeira pessoa que visse para sacanear com o nome de Fátima, e ameaçou ela e seus filhos de morte. Mas o momento de descontrole mesmo veio quando a autora recebeu um tapa de Angelita. Nervosa, Fátima pegou a faca e a matou com vários golpes.

Ao perceber o que tinha acabado de fazer, tentou esconder o corpo no quintal de sua casa, onde, segunda ela, aconteceu a discussão; no fundo do local havia um buraco onde era enterrado o lixo, e lá foi colocado o corpo da amiga. Porém, moradores da região perceberam que algo estava estranho e ligaram para a polícia. “Recebemos o chamado de que alguém estava batendo no filho e depois que estava enterrando o filho”, afirmou um PM. Mas, ao chegarem ao local, os policiais flagraram Fátima em cima da cova. Com sangue no gramado, logo localizaram o corpo quase em sua totalidade enterrado.
 

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Amizade
Por mais estranho que isso possa parecer, Fátima afirmou que ela e Angelita eram amigas próximas. “Nós fomos vizinhas por 13 anos, ela chegou a morar um tempo aqui em casa também”, afirmou. Segundo depoimento de Fátima, Angelita era professora e tinha passado por um período de dificuldade financeira em que ela ajudou ativamente; logo quando se estabilizou, Fátima concordou em comprar para a amiga um celular e o carro, um Pálio, placa BET-125, em seu nome, colocando ainda o terreno de sua residência como garantia para o banco.

“Fátima afirmou que sempre foi uma pessoa correta, que estava perturbada, ficando depressiva e perdendo o sono com as cobranças que o banco estava fazendo em seu nome por conta da compra que fez para a amiga”, comentou o superintendente Luiz Pereira. Conforme ele contou, em depoimento, familiares afirmaram que Fátima é uma pessoa calma, bondosa, que recebe muito bem as pessoas. A redação do O Popular tentou localizar a família de Angelita para ouvir a versão de sua família para os fatos, mas não conseguiu localizar. A polícia agora espera ouvir outros testemunhos que comprovem ou não a versão apresentada por Fátima. A autora está presa em Quatro Barras, aguardando a justiça.

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