Juíza Maria Cristina alegou preocupação com a segurança

Na terça-feira, dia 19, Maria Cristina Franco Chaves, juíza eleitoral da Comarca de Araucária decidiu por desautorizar a realização de um debate entre os candidatos a prefeito de Araucária que estava sendo promovido pelo Sindicato dos Funcionários de Araucária – Sifar.

Em clara demonstração de cautela, dias antes a direção do sindicato havia feito uma consulta formal à Justiça Eleitoral, solicitando autorização para realizar o evento. A juíza Maria Cristina encaminhou o pedido para apreciação do Ministério Público Eleitoral que considerou possível. Na ocasião a juíza também julgou ser possível e autorizou o Sifar a dar andamento.

De posse da autorização, o sindicato formalizou os convites aos candidatos, locou o salão paroquial da Igreja Matriz, contratou segurança privada, oficiou as polícias Militar e Civil de Araucária, imprimiu cartazes e divulgou o evento.

Assim que a notícia do debate começou a correr a cidade muitas pessoas procuraram o sindicato manifestando interesse em acompanhar pessoalmente o evento. Também começaram a ocorrer neste período denúncias anônimas na Justiça Eleitoral alertando para o fato de que o a presença de muita gente na platéia acompanhando o debate poderia gerar tumulto. Segundo os organizadores, a previsão era de que estariam presentes cerca de oitocentas pessoas. Assim que tomou conhecimento das denúncias, a juíza Maria Cristina convocou novamente os dirigentes do Sifar e também o delegado Rubens Recalcatti para fazer uma reavaliação das condições de segurança do local onde o evento seria realizado.

Falta de efetivo
Depois de avaliar, ela concluiu que nem a Polícia Militar, nem a Polícia Civil de Araucária possuem efetivo suficiente para garantir a segurança para essa quantidade de pessoas. Mesmo os quatro seguranças que haviam sido contratados pelo sindicato para reforçar a tranquilidade no dia do evento não foram suficientes para fazer a juíza mudar de opinião. Ela também considerou em sua decisão o atual acirramento dos ânimos entre os candidatos a prefeito.

Ao final Maria Cristina justifica sua decisão explicando que uma das funções da Justiça “é primar pela segurança pública e evitar colocar em risco a população”. Ainda assim, ela autorizou a realização de um debate como o proposto pelo Sifar, porém, com uma platéia máxima de trinta pessoas a ser realizado em outro local e outra data para evitar tumulto.

Naturalmente a direção do Sifar não gostou da decisão e, segundo seu ponto de vista, não havia acontecido nada similar no município que pudesse servir como base para dizer se seria ou não algo inseguro.
“É bom lembrar que não estamos em um grotão do nordeste, ou em uma terra sem lei. Estamos ao lado da capital do estado”, disse Júlio Telesca Barbosa, presidente do Sifar. “Mesmo assim, nós respeitamos a decisão da juíza”, completou.

Júlio disse ainda que a diretoria do Sifar entende que seria um serviço para o servidor já que, durante o evento, cada candidato seria questionado sobre os temas de uma carta compromisso onde o sindicato aponta providências a serem tomadas com relação ao servidor municipal. “Também é importante ressaltar que os candidatos não iriam debater entre si.

Não iria ser aberta a possibilidade de que um fizesse pergunta para o outro. O debate ocorreria entre o Sifar e os candidatos. Queríamos apenas saber a opinião de cada um quanto a temas que o servidor municipal considera importante e que providências eles pretenderiam tomar caso eleitos”, pondera Júlio. Veja carta do Sifar na página dois desta edição.