Faltando poucos dias para a mudança de legislatura, Ben Hur Custódio de Oliveira vai esvaziando suas gavetas para ir embora. Nesta terça-feira, 17 de dezembro, por exemplo, ele comandou sua última sessão como presidente da Câmara. Com um sorriso amarelo, ele fez uma avaliação desses oito anos em que esteve com mandato.
Fez vários autoelogios. Também enalteceu o prefeito Hissam Hussein Dehaini (UNIÃO), seu casca de bala nos últimos oito anos. Bem humorado, até riu um pouco de sua desgraça política, afirmando que nunca antes na história de Araucária outro político foi tão atacado como ele. Elogiou até seus adversários e disse que aprendeu com eles. Citou nominalmente apenas duas pessoas, a quem classifica como desafetos. Um deles é Genildo Carvalho. O outro é este que escreve o texto que o leitor lê agora.
Vaidoso, Ben Hur colocou a culpa da derrota nos outros. Falou muito em desunião. Repetiu várias vezes as contas que deve fazer mentalmente: a de quantos votos faltaram para ser reeleito. Ressaltou outras tantas vezes a aprovação da gestão de seu casca de bala, mas em nenhum momento falou com seriedade da própria culpa nessa história. Algo natural. Talvez esteja vivendo aquela fase do luto conhecida como “negação”.
Mas, como esperança é a última que morre, ele terminou seu discurso fazendo uma promessa, ou ameaça, não se sabe. Disse: “eu voltarei”. A frase, aliás, é uma das expressões mais comuns no cinema. Arnold Schwarzenegger a proferiu algumas vezes em O Exterminador do Futuro. E não estou aqui fazendo qualquer tipo de correlação entre uma coisa e outra.
Se Ben Hur voltará ainda não se sabe. É possível! Antes, porém, ele terá que se resolver com a Justiça. Afinal, atualmente, está condenado em segunda instância pelo crime de rachadinha. A condenação, teoricamente (outra palavra muito dita em filmes) o torna inelegível. Ou seja, enquanto permanecer nessa condição, ele não voltará.
Edição n.º 1446.