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Michel Hudson, renomado professor de economia americano explica como funciona a nova Guerra Fria e como a classe rentista financeira ocidental age contra o resto (nós inclusive).
“Hoje a classe bancária na América e na Europa está assumindo o papel que os governos tiveram no século 19 sob o capitalismo industrial. As economias de livre mercado de hoje são centralmente planejadas pelos bancos e não pelos governos e são planejadas contra os interesses do trabalho e das indústrias”, explica o economista. Hudson argumenta que Wall Street, nos Estados Unidos, e a cidade de Londres, bem como todos os rentistas financeiros ao redor do mundo enfrentam hoje um grande problema: agora que as indústrias européias e americanas estão fora do mercado, não são competitivas e foram desmanteladas, a China e outros países que não são financeirizados estão avançando. “Então os Estados Unidos dizem ‘como vamos tornar o mundo seguro para nossos investidores? Como podemos ter nossos bancos dominando o mundo se existem outros países que não permitem que os bancos privados dominem o mundo, mas cujo governo cria bancos e dinheiro como utilidades públicas, como fazem na China?’ A China cria dinheiro que é realmente gasto na economia para construir ferrovias de alta velocidade, fornecer assistência médica, construir moradias e não aumentar os preços das ações e não apoiar o mercado de ações. Esse é um modelo que é uma ameaça para a América”, pondera o autor.
Para ele, “(…) um dia os americanos podem dizer ‘por que não nos livramos dos bilionários? Por que não damos dinheiro aos trabalhadores em vez dos bilionários?’ Essa é uma ideia assustadora para Wall Street, porque eles emprestam todo o dinheiro. Eles querem liderar o trabalho apenas deixando-o na subsistência e olham para a China e seu socialismo como uma ameaça existencial e sentem que precisam destruí-lo de alguma forma. O problema é que eles não conseguem descobrir como fazer isso”, complementa Hudson.

O destino da civilização
O destino da civilização 1

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