Obras receberão apenas 27% da receita do novo pedágio

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O modelo de privatização proposto pelo Governo Federal para o Paraná nos próximos 30 anos poderá custar mais caro no futuro que os atuais contratos assinados em 1996 e que vigoraram nos últimos 25 anos. A lucratividade dos investidores prevista nos novos editais me parece muito elevada, sendo maior que o total de investimentos em obras. Nesse sentido, o modelo apresentado privilegia os investidores estrangeiros e, mais uma vez, vai achacar o povo paranaense.

A previsão de receita a ser gerada nas praças de pedágio das estradas paranaenses nas próximas três décadas é de R$ 156 bilhões, dos quais R$ 42 bilhões (27%) serão destinados a investimentos de duplicações e grandes obras, R$ 34 bilhões (22%) para os custos operacionais, de inovação e administrativos e R$ 30 bilhões (19%) para o pagamento de impostos. O que não está bem explicado é o que será feito com os R$ 50 bilhões restantes, ou seja, 32% de toda a receita.

Junto com os demais deputados estaduais da Frente Parlamentar do Pedágio, da Assembleia Legislativa, participei de duas audiências públicas realizadas em Cascavel e Foz do Iguaçu, na última sexta-feira e sábado, dias 5 e 6, respectivamente, em que tratamos da implantação do novo pedágio a partir do próximo mês de novembro. A Frente irá realizar 10 encontros em polos regionais até o início de março.

Pelas planilhas apresentadas, os investimentos em obras de duplicação de 1.783 Km, 10 contornos urbanos e 357 Km de terceiras pistas e faixas adicionais vão totalizar R$ 42 bilhões, com uma receita total de R$ 156 bilhões nos próximos 30 anos. Se descontarmos as obras, os custos operacionais e os impostos, sobram ainda R$ 50 bilhões que possivelmente devem representar a remuneração dos investidores.

É muito dinheiro que sairá do bolso dos paranaenses direto para os cofres dos investidores.

Publicado na edição 1248 – 10/02/2021

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